| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu que o médico Rafael Suss Marques, acusado de matar a namorada, a fisiculturista Renata Muggiati, no final de 2015, seja monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Segundo documento obtido pelo G1, o MP alega que ele descumpriu algumas determinações da liberdade condicional, como a exigência de estar em casa todos os dias a partir das 21h. No pedido, os procuradores afirmam que imagens do circuito interno de um restaurante mostram que Marques chegou por volta das 22h30 e voltou para casa às 23h43.

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O MP diz que o monitoramento com a tornozeleira assegura o cumprimento das medidas cautelares. Em caso de novo descumprimento, os procuradores pedem que seja decretada a prisão preventiva do médico. A Justiça ainda não analisou o caso. O médico responde ao processo em liberdade.

Na próxima semana começam as primeiras audiências do caso, com os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa. O depoimento de Rafael Suss Marques está marcado para o dia 19 de agosto. Após as oitivas, a Justiça vai decidir se o médico vai ou não a júri popular.

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A advogada da acusação, Zeila Plath, afirma que a família da vítima e diversas mulheres que acompanham o caso viram o pedido do MP de forma positiva. “Tanto a família como todas as mulheres que lutam pelo fim da violência viram o pedido com satisfação. Mostra que as instâncias da Justiça estão sendo eficientes”, afirma.

Já o advogado de Rafael Suss Marques diz que ele não foi intimado pessoalmente pela Justiça sobre a limitação de horário e reafirmou que não há crime. “Foi um suicídio. A prova técnica irá nesta direção”, afirma Edson Abdala.

O caso

Renata morreu no dia 12 de setembro do ano passado. Ela caiu da janela do apartamento onde morava, no Centro de Curitiba. Na época, segundo a Polícia Civil, havia relatos que o relacionamento dos dois era conturbado. Suss chegou a ser preso por determinação da 1ª Vara do Tribunal do Júri após um exame complementar apontar alguns indícios de asfixia, como petéqueas no pulmão. O problema é que o laudo do exame de necropsia, feito pelo Instituto Médico Legal (IML), excluiu a possibilidade de homicídio ao afirmar que não houve asfixia. Em seguida, Suss foi solto pela Justiça.

O caso teve uma reviravolta em novembro, quando o exame de exumação, realizado a pedido da Polícia Civil por uma junta de profissionais do IML, contrariou a necropsia, colocando dúvida sobre o primeiro exame feito por um médico-legista. O instituto chegou a abrir uma apuração para investigar a conduta do médico que conduziu o primeiro exame de necropsia.

Em dezembro, a investigação feita pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil sobre o caso foi entregue ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). A polícia manteve a acusação de homicídio qualificado contra o médico Raphael Suss, que era namorado de Renata. Em janeiro, ele foi detido mais uma vez.

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