O Ministério Público do Paraná (MP-PR) em Guarapuava (Centro-Sul) denunciou à Justiça de Prudentópolis (Campos Gerais), nesta segunda-feira (14), a suposta participação de oito policiais, três servidores do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e seis madeireiras em um esquema de prática de crimes ambientais. Entre as irregularidades teriam ocorrido o corte, comercialização, transporte e depósito ilegais de madeiras, práticas que teriam sido facilitadas por agentes públicos.

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Ao todo, foram apresentadas três denúncias resultantes da Operação João de Barro, realizada no mês passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Militar (PM-PR), e que desmontou o esquema.

A primeira denúncia tem como alvo seis policiais ambientais, três funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – já afastados do órgão – e seis madeireiras que estariam associados à prática de diversos crimes, como o corte ilegal de araucárias e apresentação de relatórios ambientais falsos.

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A segunda peça denuncia seis policiais ambientais (quatro dos quais já figuram na primeira denúncia) por quatro crimes, sendo um deles a confecção boletins de ocorrência com dados falsos, a fim de facilitar a prática dos crimes investigados. Na terceira, os dois funcionários do IAP – que também integram a primeira peça – foram denunciados pela prática de estelionato.

A operação João de Barro, deflagrada em 16 de setembro deste ano em 13 municípios do Paraná, prendeu 14 pessoas em flagrante por posse irregular de arma de fogo, cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e interditou uma madeireira. Também foram apreendidos 22 quilos de carne de animais silvestres e objetos usados em caça predatória, como punhais e lunetas.

O esquema, que estava sendo investigado havia 10 meses, tinha bases em Curitiba, Guarapuava, Imbituva, Ivaí, Guamiranga, Irati, Inácio Martins, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa, Prudentópolis, Reserva, Teixeira Soares e Tibagi.

Outro lado

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP), via assessoria, informou que ainda não foi notificado oficialmente da denúncia. De qualquer forma, a entidade diz que aguarda o resultado das investigações e que os funcionários envolvidos nas apurações continuam afastados.

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A Polícia Militar do Paraná informou, por meio de sua assessoria, que foi a responsável por desencadear a Operação João de Barro. A entidade diz que essa é uma prova de que não compactua com desvios de conduta na corporação e que, com a atitude, auxiliou a eliminar possíveis condutas erradas dentro da polícia. O órgão informou ainda que a operação culminou na prisão dos policiais, que agora foram denunciados pelo Ministério Público, que utilizou provas coletadas nas investigações para embasar sua denúncia. A PM ressaltou que a maioria dos profissionais são aposentados e que, para estes, o trâmite vai ocorrer exclusivamente na Justiça. Já para os policiais na ativa, haverá também um processo administrativo contra eles.