O Ministério Público do Paraná (MP-PR) iniciou um processo de investigação para apurar eventuais irregularidades ocorridas em um concurso para a contratação de policiais militares e bombeiros. Candidatos que fizeram a prova aplicada no último fim de semana de fevereiro denunciaram erros na distribuição das provas e nos gabaritos.
O procedimento foi instaurado pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, que já enviou à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) um ofício solicitando informações sobre a realização do concurso e sobre a devolução do dinheiro gasto pelos candidatos no pagamento das inscrições.
O MP-PR também pediu esclarecimentos à entidade responsável pela aplicação das provas, a Fundação de Apoio à Fafipa. O órgão quer saber quais foram os critérios adotados para a anulação parcial do concurso. A prova para bombeiro foi anulada em três regiões do Paraná.
As investigações são conduzidas pela promotora Adriana Câmara, que recebeu várias denúncias e reclamações por e-mail. Na última sexta-feira (1º), o MP-PR também recebeu uma petição assinada por candidatos, pedindo a anulação total do concurso.
Fundação reconheceu que houve troca de provas
A Fundação de Apoio à Fafipa reconheceu que houve troca de provas, durante a aplicação do concurso. Candidatos de Francisco Beltrão, Ivaiporã e Foz do Iguaçu que concorriam a uma vaga de bombeiro militar receberam a prova correspondente ao cargo de policial militar. Ainda segundo a entidade, foram anuladas provas das regiões de Londrina, Maringá e Cascavel. Quem prestou prova nestas três regiões foi convocado a refazer os testes no dia 17 de março.
A Polícia Militar (PM) emitiu nota, informando que os erros durante a aplicação do concurso são de responsabilidade da Fundação de Apoio à Fafipa. A corporação acrescentou que a "Polícia Militar fica responsável apenas pela pesquisa social (antecedentes), última fase, que ocorrerá em meados deste ano, e depois pela formação dos candidatos".