Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram nesta sexta-feira (17) mais três fazendas no interior de São Paulo. Agora, já são cinco as áreas invadidas no estado como parte do Abril Vermelho, a jornada nacional de lutas do movimento pela reforma agrária. A maior ação ocorreu no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste paulista. Cerca de 800 sem-terra ocuparam uma propriedade de 20 mil hectares da Usina Central do Paraná, no município de Iepê. As terras são usadas para a produção de cana destinada à usina, cujas instalações ficam no município paranaense de Porecatu.
Os sem-terra montaram um grande acampamento na área. De acordo com o coordenador regional Valmir Rodrigues Chaves, as terras não cumprem sua função social. "A usina não está nem pagando os trabalhadores", afirmou. O MST do Paraná ocupou também as terras do lado paranaense.
A fazenda Guassahy, de 300 hectares, no município de Taubaté, Vale do Paraíba, foi invadida por 250 famílias. O MST alega que a área está em situação de abandono e de total improdutividade. De acordo com a Polícia Militar (PM), a terra tem vários donos. Até a tarde desta sexta, um proprietário e um arrendatário tinham procurado a corporação para providenciar a reintegração de posse na Justiça.
Durante a madrugada, 150 famílias invadiram a fazenda Ibiti, com 9 mil hectares, em Itararé, no sudoeste paulista. De acordo com o MST, as terras são exploradas irregularmente por empresas privadas desde que um decreto de desapropriação da propriedade para a reforma agrária foi revogado pelo governo federal, em 1991. Nesta sexta, a Justiça concedeu liminar para a reintegração de posse da fazenda São José, em Marabá Paulista, no Pontal, ocupada desde o dia 15 por 200 integrantes do MST. O coordenador regional informou que a área será desocupada até domingo
Reação
Numa reação às invasões, a União Democrática Ruralista (UDR), entidade que representa os fazendeiros, anunciou a criação de comissões fundiárias em Limeira e Araçatuba. Outra comissão deve ser criada em Avaré. De acordo com o presidente Luiz Antonio Nabhan Garcia, as representações mobilizarão os fazendeiros para agir juridicamente contra as invasões. "Vamos cobrar de todas as autoridades e instituições providências nas esferas civil e criminal.
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