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A entrada da Fazenda Lagoa Bonita Congado, em Planaltina – cidade a cerca de 40 quilômetros de Brasília – amanheceu hoje (18) com uma bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Cerca de 350 famílias do movimento ocuparam a área durante a madrugada, como parte da mobilização da Jornada Nacional de Lutas conhecida como "Abril Vermelho".

Além do MST, manifestantes do Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural estão na fazenda. No acampamento ainda improvisado, o grupo de homens, mulheres e crianças vindos da região do Entorno do Distrito Federal reivindica o assentamento de famílias no Centro-Oeste, infra-estrutura para as comunidades já instaladas e a manutenção da superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que o governo estuda fechar.

"Este ano não tivemos conquistas aqui na região, só enrolação por parte dos órgãos públicos. Além das pautas, estamos também reivindicando essa área aqui, de cerca de 1,2 mil hectares. É área da União, mas foi grilada. O suposto dono só consegue comprovar posse de 6 dos 1,2 mil hectares", afirmou Janderson Barros, integrante do MST e um dos líderes da ocupação.

Segundo Barros, a ocupação da fazenda não tem prazo para terminar. Até as 16h, nem o proprietário nem representantes dos órgãos governamentais haviam aparecido no local para negociar com os movimentos. De acordo com os sem-terra que estão no acampamento, não havia funcionários da fazenda no momento da ocupação.

Questionado sobre a possibilidade de conflito com o proprietário da área, Barros afirmou que o grupo está sempre atento.

"Temos que ficar prevenidos. Não se pode duvidar de nada. No massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores foram assassinados, não havia previsão de massacre. Ficamos atentos o tempo todo".

Esta semana, o MST realizou manifestações e ocupações em pelo menos oito estados para lembrar os 19 trabalhadores mortos pela polícia em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996.

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