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Trânsito

Mudança na Visconde ainda causa reclamação

Duas semanas depois da tumultuada remoção das vagas de estacionamento em 25 quadras da Avenida Visconde de Guarapuava, do Alto da XV ao Batel, os comerciantes da área continuam reclamando e apontam quedas expressivas de clientes. Os motoristas, por sua vez, comemoram a medida, enquanto a prefeitura confirma a criação de uma comissão para avaliar os efeitos colaterais.

Os comerciantes criaram uma associação (ainda informal) reunindo 80 empresas e cerca de 250 funcionários para fazer um levantamento paralelo dos impactos econômicos e sociais do fim das vagas. "Um empreendimento dessa importância não poderia ter sido decidido da noite para o dia como aconteceu", ressalta o líder do grupo, o empresário Moisés Lanza. Ele é sócio da Lanza Fogos de Artifício, instalada na avenida há 67 anos. "Ficamos sabendo junto com a comunidade, no dia 21 de fevereiro. Nem os vereadores tinham conhecimento da mudança."

Segundo Lanza, o grupo está tendo dificuldade em ter acesso aos dados do estudo da prefeitura que serviu de base para o projeto. "Precisamos dessas informações para o nosso levantamento, mas a prefeitura está dificultando as coisas", comenta. "Esse projeto é público, eles são obrigados a fornecer os dados. Se for necessário, vamos entrar na Justiça para ter acesso."

O empresário argumenta que a iniciativa deveria ter passado por audiências públicas e uma avaliação das conseqüências para moradores e comerciantes antes de ser implementada. "Dessa forma, haveria mais tempo para os comerciantes se prepararem, para informar os clientes ou procurar novos pontos comerciais", destaca Lanza. "Mas a prefeitura não queria nos ouvir, queria apenas comunicar a sua decisão."

A exemplo de outros empreendedores da área, ele diz já ter sentido na pele os efeitos da alteração. "Tivemos um impacto grande, uma queda de 50% as vendas em relação ao mesmo período do ano passado", informa. "Perdemos principalmente o pequeno comprador, aquele que deixava os filhos no carro e entrava para comprar alguma coisinha – e que gira o negócio."

Como os comerciantes estão impedidos por liminar de promover novos bloqueios na via, a partir dessa semana a associação vai iniciar uma campanha para explicar a situação para quem passa pela avenida. "Vamos colocar faixas, distribuir folhetos nos semáforos e fazer passeatas para conscientizar a população sobre as conseqüências desse ato para quem mora e trabalha na Visconde", adianta. "E também informar sobre outras alternativas viáveis para desafogar o tráfego."

Entre essas soluções alternativas, Lanza menciona o estacionamento periódico, que permite a utilização das vagas apenas no intervalo entre-picos, das 9 às 17 horas. "Funciona muito bem em São Paulo e no Rio de Janeiro, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, por exemplo", informa. Outra saída, segundo ele, seria a redução das calçadas e do canteiro central. "Estamos avaliando com urbanistas se a redução do passeio e do canteiro não seriam suficientes para manter as seis faixas de rolamento sem a necessidade de eliminar o estacionamento".

Ele admite porém que, com o layout atual, a Visconde de Guarapuava teve o fluxo de veículos facilitado. "Sem dúvida melhorou, mas o risco de acidentes também é bem maior, pois os carros estão andando muito mais rápido".

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