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Passageira de uma linha que liga o Atuba ao Terminal de Pinhais, Graziele de Andrade diz que o transporte “piorou”. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Passageira de uma linha que liga o Atuba ao Terminal de Pinhais, Graziele de Andrade diz que o transporte “piorou”.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A desintegração da gestão financeira das linhas metropolitanas integradas - anunciada no início de 2015 - provocou uma série de ajustes no transporte das cidades vizinhas de Curitiba, como criação e extinção de linhas e mudanças no trajeto de ônibus. As decisões, que não têm deixado os passageiros lá muito contentes, partiram da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Curitiba), órgão estadual que ficou responsável pelo gerenciamento dessas linhas e também pela redução dos custos do sistema com o objetivo de diminuir a necessidade de subsídios públicos.

Até agora, já foram 70 alterações realizadas pela Comec. Deste total, 27 estão relacionadas ou à criação de novas linhas ou à ampliação dos trajetos percorridos por elas. Por outro lado, outras 24 mudanças resultaram em redução na oferta, seja com a extinção de linhas ou o encurtamento de seus itinerários.

Veja no infográfico as mudanças que afetaram o transporte metropolitano

Mas, segundo Willian Correia, técnico do departamento de transportes da Comec, as modificações estão sendo feitas com “cautela”. “Uma mudança sem aumento de demanda provoca aumento da tarifa e queremos trabalhar de forma racional para fazer as alterações”, argumentou.

Contudo, a “reforma” no sistema de transporte metropolitano realizada pela Comec tem irritado passageiros, principalmente aqueles que utilizavam linhas que foram extintas e estão tendo de se adaptar à nova realidade. Moradora do Jardim Claudia, em Pinhais, Graziele de Andrade é uma delas. Ela utilizava a linha Curitiba/Conjunto Atuba, que foi unificada à linha Curitiba/Vila Palmital. “Já não era bom [antes das mudanças]. E agora ficou pior”, reclama.

Reintegração do transporte de Curitiba depende de licitação metropolitana

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Segundo a atendente de 28 anos, que trabalha em Pinhais, a junção das linhas provocou redução na oferta e maior lotação dentro dos veículos. “São bairros bem populosos e, com menos ônibus, agora ficou muito mais cheio. Além disso, os intervalos passaram a ser muito longos”.

Gargalos

Para Correia, o problema dessa linha é o mesmo enfrentando em várias outras do sistema: o trânsito causado pelos automóveis particulares. “A frota de carros aumentou em 93% em Curitiba nos últimos 15 anos enquanto o transporte coletivo teve perda de passageiros”.

O técnico da Comec cita, porém, a trincheira da cruz do Atuba como outro gargalo para essa linha. “Esse ponto é um dos maiores problemas de trânsito da região metropolitana. Temos seis linhas que passam por ali, em um total de 205 vezes nos horários de pico. Perdemos 34 horas por dia útil parados nessa trincheira”.

A trincheira atual, no caso, serve aos dois sentidos. Há uma obra de trincheira ao lado para servir a um dos sentidos sob responsabilidade da Auto Pista Régis Bittencourt.

A Comec assumiu o sistema no começo do ano passado com a promessa de que reduziria a necessidade de subsídios do estado para cerca de R$ 3,5 milhões - metade do que era pago naquela época. Essa conta, atualmente, já ultrapassa os R$ 5 milhões mensais.

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