Sueli Maria da Cruz, que administrava de dentro de uma cela o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Almirante Tamandaré, foi solta ontem por ordem judicial. Presa há 37 dias, Sueli é acusada, junto com dois outros administradores de desviar dinheiro público do hospital. A situação irregular foi denunciada ontem com exclusividade pela Gazeta do Povo.

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Durante mais de um mês, Sueli ficou presa em uma cela improvisada na delegacia de Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba, onde tinha um computador com acesso à internet. Ela ficava na mesma cela que os dois colegas do sexo masculino, o que é proibido pelo Código Penal brasileiro. No fim da tarde de quarta-feira, foi encaminhada para a o Centro de Triagem da Delegacia de Vigilância e Captura (CT-1), em Curitiba, destinado exclusivamente a mulheres.

Ontem à noite, Sueli foi solta, junto com seus colegas Cláudio Camilo e Sandro Miguel Mendes, que permaneciam em Campo Magro. No mesmo dia, o computador utilizado por eles para fazer serviços administrativos do hospital foi retirado do local, segundo informações do advogado Haroldo Náter.

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De acordo com Náter, foi concedido o pedido de habeas corpus a Mendes, o que fez com que os outros dois também conseguissem ser liberados. "Existia um vício no decreto de prisão preventiva do Sandro. Como o decreto era o mesmo para os três, todos foram soltos", explica.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) emitiu uma nota oficial sobre o caso ontem. Nela, a Sesp afirma que a delegada Márcia Rejane Marcondes, responsável pela delegacia, nega que a presa tenha tido qualquer acesso à internet.

A delegada afirmou ainda que em Campo Magro Sueli dormia junto com uma outra presa na delegacia, e não com os dois homens. Segundo a delegada, as duas dormiam na cozinha, já que não havia uma cela só para mulheres. A outra presa, acusada de tráfico de drogas, fazia almoço para os outros presos. Ela também foi encaminhada para uma cela normal no CT-1 e está com outras três detentas.