Uma escola de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, apostou na criatividade para estimular seus alunos a trilharem o caminho da leitura. O Colégio Martin Luther – que tem pouco mais de 650 estudantes – adaptou seus muros, de modo a parecerem uma estante de biblioteca, com os livros todos perfilados. Inaugurada há três meses, a obra vem chamando a atenção pela inovação.
Os títulos reproduzidos no muro foram sugeridos pelos próprios alunos. Segundo o diretor do colégio, Ildemar Kanitz, a intenção era retratar as obras que mais fazem sucesso com os jovens e, ao mesmo tempo, deixar claro que a escola valoriza e incentiva o hábito de leitura.
“Eles fizeram uma lista do que estavam lendo. Eu só fiz questão que dois títulos entrassem: ‘O Mundo de Sofia’ [de Jostein Gaarder] e ’O Pequeno Príncipe’ [Antoine de Saint-Exupéry]’”, disse Kanitz. “O brasileiro, de um modo geral, lê muito pouco. Nós queremos estimular que os livros tenham um espaço grande na vida das pessoas”, completou.
Entre as obras representadas no muro, estão “As crônicas de Nárnia” (de C.S. Lewis), “A culpa é das estrelas (John Green)”, “O menino do pijama listrado” (John Boyne) e “A casa das orquídeas” (Lucinda Riley). Um dos poucos autores brasileiros incluídos na estante é o paranaense Paulo Leminsky, como “Toda a poesia”. Segundo o diretor, algumas pessoas criticaram a ausência de autores nacionais ou de livros considerados importantes.
“Muita gente vem é diz: ‘puxa, não tem nenhum do Machado de Assis’. Mas essa não era a intenção. A ideia era mostrar o que os alunos gostam de ler”, apontou o diretor.
Inspiração
A ideia de reproduzir uma estante nos muros da escola surgiu no fim do ano passado, quando o diretor viu na internet uma foto de uma casa, em que o morador fez algo semelhante. A partir de então, Kanitz consultou os alunos, que aprovaram a ideia. O educador, então, chamou o grafiteiro Alexandre Schwingel, conhecido como Trilha, para reproduzir a “lombada” dos livros. A obra foi inaugurada há três meses.
“Foi preciso fazer uma pequena reforma nos muros. Como os livros não têm todos o mesmo tamanho, nós quisemos fazer igual. Chamamos um pedreiro, que fez os recortes e emendas no muro, pra ficar com esse jeito”, contou o diretor.
Recentemente, fotos da fachada da escola foram amplamente compartilhadas em redes sociais da internet, surpreendendo a própria comunidade escolar. “Foi algo que fizemos sem muita pretensão. Sempre adotamos iniciativas que incentivem a leitura e, sinceramente, não esperávamos essa repercussão”, disse Kanitz.
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