Um imóvel em formato de disco voador que já custou mais de R$ 1 milhão e cuja entrega está dois anos atrasada pode acabar sem utilidade em Varginha, cidade do sul de Minas que ficou conhecida em todo o país há quase 20 anos após a suposta visita de um extraterrestre.
A prefeitura diz que pretende concluir a obra ainda este ano, mas admite que falta caixa para equipar o espaço idealizado há dez anos como o Museu do ET.
O prefeito Antônio Silva (PTB) sonha agora com um observatório astronômico e uma área dedicada à ufologia. Mas, sem dinheiro, não descarta a possibilidade de transformar o disco na sede da secretaria de Turismo.
“É uma hipótese remota. Nós não podemos perder o mote, que é o caso ET”, diz o gestor. Ele se queixa de que a “situação dos municípios é muito difícil” e diz que não pode prever quando o prédio ganhará funcionalidade.
O convênio
O Ministério do Turismo, que em 2007 liberou R$ 828 mil (R$ 1,3 milhão, em valores corrigidos), diz que o convênio com a prefeitura previa a construção de um museu e que mudanças de finalidade são vedadas, sob pena de devolução dos recursos.
A prefeitura diz ter investido ainda R$ 440 mil.
A obra demorou três anos depois da assinatura do convênio para começar e foi paralisada em 2011. A entrega estava prevista para 2013, mas as obras só foram retomadas no ano passado.
A gestão anterior, do PT, diz que a primeira empreiteira pediu para desfazer o contrato e alega também que não tinha dinheiro para complementar os recursos federais.
“A valorização que demos ao projeto foi muito maior que a contrapartida [financeira prevista no convênio]”, justifica o ex-prefeito Eduardo Corujinha (2008-2012), que desapropriou uma área valorizada no alto da cidade para instalar o disco voador.
Com vista para o município de 130 mil habitantes, o terreno do memorial é avaliado em R$ 1,5 milhão, segundo a prefeitura.
Só em estrutura, o museu custará três vezes o valor que Varginha prevê gastar em saneamento básico este ano, mas até a oposição acredita que a obra pode valorizar o turismo e a cultura regional.
Entre os moradores, não há consenso sobre o gasto.
“Não sei se compensa o que foi usado de dinheiro”, afirma a assistente financeira Mariana Ferreira, 24. “Acho que não virão pessoas de fora para ver o museu, mas talvez quem já esteja na cidade visite o lugar.”
Para o despachante Ronaldo Antônio, 43, a obra seria benéfica se fosse “feita com seriedade”. “O museu não está trazendo turistas ainda, porque ficou parado muito tempo, mas é importante para a cidade”, acredita.
Varginha já explora turisticamente a imagem do extraterrestre desde 2001, com estátuas espalhadas pela cidade, além de pontos de ônibus e caixa d’água em forma de nave espacial.
Em visita ao município em agosto de 2013, a presidente Dilma Rousseff chegou a dizer que tinha “respeito pelo ET de Varginha”.
Em janeiro de 1996, três garotas da cidade disseram ter visto o visitante interplanetário num terreno baldio. O mistério nunca foi esclarecido.
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