Bombeiros interditaram o trânsito na região e fazem buscas no local do acidente, que teria sido causado pela ressaca do mar.| Foto: Christophe Simon/AFP

“Não morri por quinze segundos”, disse nesta quinta-feira (21) o consultor Guilherme Miranda, 42 anos, após o desabamento da ciclovia recém-inaugurada na Avenida Niemeyer, zona sul do Rio, nesta manhã. Ele era um dos ciclistas que passava pela estrutura antes da queda. Os bombeiros já confirmaram duas mortes. O secretário de Governo da prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, afirmou que há a suspeita de que uma terceira pessoa também tenha caído no mar.

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Morador de São Conrado, Miranda costuma usar a ciclovia para ir trabalho desde a inauguração, em janeiro passado. Nesta quinta, ele tinha acabado de sair do trecho quando viu a queda da estrutura. “Vi três pessoas caindo em direção ao mar”, contou ele.

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“É importante lembrar que esta ressaca no mar constatada hoje nem de longe é a mais forte. Com frequência, nós vemos ressacas muito mais fortes aqui neste trecho. Isso é o mais preocupante de tudo”, acrescentou o morador.

O secretário classificou o acidente como um “desastre inaceitável”, que seria “fruto de uma ressaca forte, uma onda que pegou de baixo para cima”. Ele ressaltou, no entanto, que vai aguardar a avaliação técnica dos engenheiros responsáveis pela obra. “Tudo que falarmos agora será especulação”, afirmou.

Inaugurada há três meses

Batizada de Tim Maia, a ciclovia fica entre a pista da avenida Niemeyer e um penhasco, acima do mar. Faz a conexão entre a praia do Leblon e a orla do bairro de São Conrado, ambos na zona sul da cidade. O trecho que desabou tem cerca de 50 metros.

Ela foi inaugurada em 17 de janeiro e foi construída a um custo de R$ 44,7 milhões. Com 3,9 km, o trecho veio somar aos 435 km de malha de ciclovias que o Rio tinha até então. A gestão Eduardo Paes (PMDB) quer chegar a 450 km até os Jogos.

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