A jovem Nayara Rodrigues da Silva, de 15 anos, compareceu ao Instituto Médico legal de Santo André (IML), no ABC, no fim da tarde desta nesta quinta-feira (23). Segundo um funcionário do IML ela fez exame de corpo de delito.
Desde que teve alta do hospital na quarta-feira (22), Nayara não foi pra casa. A família preferiu levá-la para o apartamento de parentes, em São Bernardo do Campo, também no ABC.
Até esta quinta, a jovem não havia falado com seu namorado, Yago. "Estava com bastante medo de perdê-la, igual aconteceu com a minha amiga Eloá", diz o jovem, que revê na Internet os longos recados de amor deixados pela namorada. "Eu a amo muito e não vejo a hora de encontrar com ela. Estou com saudade".
A mãe de Nayara disse que admira a atitude filha, mas está brava. "Orgulhosa, estou. Como mãe, estou brava, porque se eu soubesse que tinha essa possibilidade dela entrar eu não ia permitir".
Uma faixa em solidariedade à adolescente foi colocada em frente à casa da garota. Nesta quinta-feira (23), apenas um tio da adolescente apareceu na casa para pegar roupas e disse que a sobrinha está bem. Na manhã desta quinta, não houve movimentação no prédio onde a adolescente está hospedada. Na portaria, a ordem é não informar nem o número do apartamento para preservar a privacidade da garota.
A adolescente levou um tiro no rosto e precisou passar por cirurgia após ser feita refém pelo ex-namorado de sua amiga Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, em Santo André, no ABC.
Sorridente
Uma adolescente um pouco acanhada e sorridente. No hospital, carregando um bicho de pelúcia, Nayara acenou para a imprensa e, logo depois, foi prestar depoimento. Assim que o depoimento terminou, Nayara saiu do hospital numa van da Guarda Civil Municipal em direção a São Bernardo do Campo. Ela chegou ao prédio escoltada por policiais e com a cabeça coberta por uma toalha.
Depoimento
Em depoimento para a polícia na quarta, Nayara disse que Lindemberg Alves não havia atirado antes da invasão do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) ao apartamento onde ela e a amiga Eloá eram mantidas reféns na sexta-feira (17). A polícia diz que só invadiu o local porque ouviu um barulho de tiro vindo do apartamento.
Dois dias após ser libertada pelo seqüestrador, Nayara voltou ao apartamento, atitude que causou polêmica. No sábado (19), após o fim do seqüestro, o comandante da tropa de choque responsável pela operação, Eduardo José Félix, disse que ela era uma adolescente madura.
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No fim da noite de quarta, no entanto, o comandante mudou de idéia quanto à maturidade da garota. Questionado se ela havia mentido ao dizer que não houve tiro antes da invasão, ele afirmou que a garota poderia estar confusa. "Ela não mentiu. Ela é uma menina, pode estar confusa é só uma menina", afirmou Félix.
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