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Negociação trava no preço da tarifa

Garagem de ônibus no bairro Boa Vista, lotada de veículos. Mais de 2 milhões de passageiros ficaram na mão ontem |

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Garagem de ônibus no bairro Boa Vista, lotada de veículos. Mais de 2 milhões de passageiros ficaram na mão ontem

A primeira audiência conciliatória realizada ontem no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (TRT-9.ª) não avançou nas negociações entre trabalhadores as empresas que operam o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana. A greve da categoria iniciada à meia-noite de ontem, portanto, continua. A diferença é que o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região metropolitana (Sindimoc) garantiu que vai cumprir a determinação judicial para que metade da frota opere nos horários de pico e 30% nos demais horários.

Audiência

A reunião de ontem começou com um embate em torno do reajuste tarifário, contratualmente previsto para ocorrer todo dia 26 – mas que neste ano deve ficar para depois do Carnaval. Os representantes do Sindimoc acusaram prefeitura e empresas de tentar vincular o reajuste dos trabalhadores a uma futura alta da tarifa. "Isso joga a população contra a categoria", afirmou Elias Mattar Assad, advogado da entidade.

De acordo com a Urbs, os gastos com pessoal 47,16% da tarifa técnica – sendo 37,83% com salários e benefícios e outros 13,35% encargos sociais e impostos. Roberto Gregório, presidente da empresa que administra o transporte em Curitiba e região, disse que a proposta da categoria (16% de aumento acima da inflação para motoristas e 22% para cobradores) representaria uma alta de R$ 0,70 na tarifa.

Inflação

Pelo lado das empresas, a proposta não ultrapassou os 5,26% de correção, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até fevereiro deste ano. Mesmo com a negativa dos patrões em apresentar proposta superior naquele momento, a magistrada Ana Carolina Zaina, que conduziu a audiência, sugeriu que os empresários repetissem o reajuste de 10,5% dos últimos dois anos e garantissem vale-alimentação de R$ 400 e abono salarial de R$ 300.

Ontem, pelo menos, a proposta da magistrada foi rejeitada pelo sindicato patronal. "Neste momento, é absolutamente inaceitável", disse Carlos Roberto Ribas Santiago, advogado que representou a entidade na audiência, antes de ser questionado sobre as diferenças deste ano para os dois últimos. "É igual a vida: há momentos que posso comprar um carro e outros que preciso vendê-lo".

Já Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, disse que levará a proposta da magistrada para conhecimento dos trabalhadores em uma assembleia programada para ocorrer hoje, às 9 horas, na Praça Rui Barbosa, centro de Curitiba. "Vamos levar à categoria a sugestão do juízo, mas mesmo que ela aceite isso ainda depende do sindicato patronal ratificar a proposta".

Embate continua

Sem que nenhuma das partes chegasse a um acordo, a magistrada Ana Carolina marcou nova audiência no TRT-9ª para hoje, novamente às 14 horas.

Participação apagada

O governo estadual enviou ontem um representante à audiência no TRT-9ª, Carlos do Rego Almeida Filho , diretor de transportes da Comec, chegou a pedir a palavra para ratificar a posição do governo estadual em prol de uma solução para o impasse que vive o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, mas depois pouco participou do decorrer das negociações.

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