Impacto
Taxa técnica, aquela paga às empresas, passaria a R$ 3,40
O debate em torno do reajuste tarifário foi a tônica das primeiras horas da audiência conciliatória que debateu o reajuste de motoristas e cobradores ontem, no tribunal Regional do Trabalho da 9ª região (TRT-9ª). De acordo com Roberto Gregório, presidente da Urbs, ainda não está decidido se haverá reajuste para o usuário e há a possibilidade de apenas a tarifa repassada às empresas ser reajustada após o Carnaval. Ele repetiu o discurso de Fruet. "A tarifa urbana está equilibrada e o déficit é gerado pela operação nos outros 13 municípios da região metropolitana. O valor apresentado inicialmente pelo Governo do estado já não era suficiente para cobrir o déficit de 2013, quando a Prefeitura colocou R$ 2 milhões mensais além dos R$ 5 milhões repassados pelo governo do estado. Agora, com o provável reajuste da tarifa técnica, imaginamos que o governo esta contando com aumento expressivo da tarifa do usuário, com o que não concordamos".
Em sua conta no microblog Twitter, o prefeito Gustavo Fruet reafirmou ontem que não permitirá uma tarifa técnica em R$ 3,40 hoje ela está em R$ 2,9353.
A discussão em torno da tarifa foi posta em primeiro plano na audiência do TRT-9ª logo após a participação do vereador Jorge Luiz Bernardi, que presidiu a CPI dos Transportes, na Câmara Municipal de Curitiba. "Cada centavo a mais na tarifa técnica representa R$ 3,1 milhão por mês nos cofres das empresas de ônibus. Um trabalhador que utiliza o transporte coletivo de segunda a sábado durante três anos pagou R$ 805 a mais nesse período se levarmos em conta os R$ 0,43 que TCE-PR julgou como cobrança irregular na tarifa."
Carlos Alberto Ribas Santiago, representante das empresas na audiência, questionou a participação de Bernardi no debate do reajuste e fez questão de ressaltar que a determinação do TCE-PR para que a tarifa fosse reduzida em R$ 0,43 foi suspensa por uma liminar judicial.
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A primeira audiência conciliatória realizada ontem no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (TRT-9.ª) não avançou nas negociações entre trabalhadores as empresas que operam o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana. A greve da categoria iniciada à meia-noite de ontem, portanto, continua. A diferença é que o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região metropolitana (Sindimoc) garantiu que vai cumprir a determinação judicial para que metade da frota opere nos horários de pico e 30% nos demais horários.
INFOGRÁFICO: Confira os reajustes dados a motoristas e cobradores nos últimos cinco anos
Audiência
A reunião de ontem começou com um embate em torno do reajuste tarifário, contratualmente previsto para ocorrer todo dia 26 mas que neste ano deve ficar para depois do Carnaval. Os representantes do Sindimoc acusaram prefeitura e empresas de tentar vincular o reajuste dos trabalhadores a uma futura alta da tarifa. "Isso joga a população contra a categoria", afirmou Elias Mattar Assad, advogado da entidade.
De acordo com a Urbs, os gastos com pessoal 47,16% da tarifa técnica sendo 37,83% com salários e benefícios e outros 13,35% encargos sociais e impostos. Roberto Gregório, presidente da empresa que administra o transporte em Curitiba e região, disse que a proposta da categoria (16% de aumento acima da inflação para motoristas e 22% para cobradores) representaria uma alta de R$ 0,70 na tarifa.
Inflação
Pelo lado das empresas, a proposta não ultrapassou os 5,26% de correção, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até fevereiro deste ano. Mesmo com a negativa dos patrões em apresentar proposta superior naquele momento, a magistrada Ana Carolina Zaina, que conduziu a audiência, sugeriu que os empresários repetissem o reajuste de 10,5% dos últimos dois anos e garantissem vale-alimentação de R$ 400 e abono salarial de R$ 300.
Ontem, pelo menos, a proposta da magistrada foi rejeitada pelo sindicato patronal. "Neste momento, é absolutamente inaceitável", disse Carlos Roberto Ribas Santiago, advogado que representou a entidade na audiência, antes de ser questionado sobre as diferenças deste ano para os dois últimos. "É igual a vida: há momentos que posso comprar um carro e outros que preciso vendê-lo".
Já Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, disse que levará a proposta da magistrada para conhecimento dos trabalhadores em uma assembleia programada para ocorrer hoje, às 9 horas, na Praça Rui Barbosa, centro de Curitiba. "Vamos levar à categoria a sugestão do juízo, mas mesmo que ela aceite isso ainda depende do sindicato patronal ratificar a proposta".
Embate continua
Sem que nenhuma das partes chegasse a um acordo, a magistrada Ana Carolina marcou nova audiência no TRT-9ª para hoje, novamente às 14 horas.
Participação apagada
O governo estadual enviou ontem um representante à audiência no TRT-9ª, Carlos do Rego Almeida Filho , diretor de transportes da Comec, chegou a pedir a palavra para ratificar a posição do governo estadual em prol de uma solução para o impasse que vive o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, mas depois pouco participou do decorrer das negociações.
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