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No Uberaba, pneus queimados e pedido de drenagem de rio para evitar novos alagamentos no bairro | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
No Uberaba, pneus queimados e pedido de drenagem de rio para evitar novos alagamentos no bairro| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Meio mês em uma noite

As três horas e vinte minutos de tempestade foram suficientes para jogar sobre Curitiba metade do volume de água esperado para o mês de novembro inteiro. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, o volume de chuva registrado noite de quinta-feira foi de 71 milímetros. A média histórica registrada para o mês de novembro é de 125 milímetros. A Gazeta do Povo divulgou ontem que havia chovido 123 milímetros, mas a informação não foi confirmada. De acordo o meteorologista do Simepar Samuel Braun, o motivo da formação destas tempestades foi o encontro de uma frente fria, vinda do Rio Grande do Sul, com um ambiente de altas temperaturas registradas no Paraná.

Para os próximos dias, o alerta de tempestade continua no interior do estado. Na capital, há risco de chuva intensa no domingo, quando a temperatura máxima deve ficar na casa dos 280C.

A inundação de diversos bairros da cidade levou Curitiba a viver um dia de muitos protestos ontem. Manifestações populares foram realizadas no Uberaba, no Capão Raso, na Cidade Industrial de Curi­tiba, no Campina do Siqueira e na Fazendinha. Os moradores exigiam agilidade do poder público na dragagem dos rios localizados nesses bairros.

O protesto mais prolongado ocorreu no Uberaba. Começou por volta das 11 horas da manhã e só foi terminar à noite, por volta das 19 horas. Moradores fecharam ruas com sofás, móveis e pneus queimados.

De acordo com a vendedora Alice Andrade, 40 anos, que mora no bairro, a população promete organizar mais manifestações no dia de hoje. Alice ainda conta que os moradores da região pedem a dragagem do Rio Belém desde o ano de 2007. "É a terceira enchente que enfrentamos neste ano", diz.

A moradora conta que desta vez os estragos foram piores. A água nunca chegou a atingir sua casa, localizada quase na esquina da Avenida Senador Salgado Filho, a cerca de oito quadras do Rio Belém. "Muita gente perdeu tudo. Precisamos de ajuda", diz.

No Capão Raso, uma manifestação fechou a Rua Jovina de Oliveira Karam, na esquina da Altair Rosani, por volta das 18 horas. Cerca de 200 moradores, atingidos pelo transbordamento do Ribeirão dos Padilha, queimaram mobília estragada e impediram a passagem de veículos. No Campina do Siqueira, moradores também queimaram pneus na Rua Ivo Zanlorenzi.

No Fazendinha, os moradores já se conformaram com as enchentes, mas protestaram contra um motorista de ônibus. A população impede a passagem de automóveis quando a Rua Arthur Martins Franco alaga. Desta vez, porém, o motorista passou em alta ve­­locidade. A força da água arrebentou portas de estabelecimentos.

O prefeito Beto Richa (PSDB) anunciou ontem a liberação de R$ 750 mil para obras emergenciais ao longo dos rios Belém, Barigui e de outros córregos da cidade afetados pela chuva da noite de quinta-feira. As obras devem ser iniciadas nos próximos dias.

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