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Nove procuradores da República no Pará ingressaram nesta sexta-feira (12) na Justiça Federal com ações coletivas, cobrando mais de R$ 2 bilhões de indenização por danos ambientais e morais causados à floresta amazônica, além de fraudes e outras irregularidades, contra 107 empresas e 202 pessoas acusadas pelo desvio de 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira. O que foi derrubado e retirado ilegalmente equivale a 71 mil carretas usadas no transporte de toras pelas estradas da região. Caso sejam condenados, os acusados serão também obrigados a reflorestar uma área desmatada de 364 km², o mesmo tamanho da cidade de Curitiba.

As empresas, que até o ano passado deviam as maiores multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado e algumas se beneficiaram do esquema criminoso conhecido como Ouro Verde II, do qual trinta pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) por adulterações no sistema eletrônico de créditos florestais do próprio Ibama, são os principais alvos das ações do Ministério Público Federal (MPF).

Metade delas também já sofre outras investigações ou aparecem como réus em processos abertos pelo MPF na região amazônica. A maioria absoluta, segundo os procuradores, já foi acusada de cometer fraudes em licenças ambientais, mas há também casos de trabalho escravo, fraudes previdenciárias e tributárias. O município de Paragominas, no sudeste paraense, é o que tem a empresa acusada de ter provocado o maior prejuízo sócio-ambiental entre todas as 107 denunciadas.

Os procuradores querem que a U-Guazu Agropecuária pague R$ 90,8 milhões em indenização por ter desmatado uma área de 22 km², de onde retirou 88,3 mil metros cúbicos de madeira. Procurados, alguns denunciados não quiseram se manifestar. Seus advogados informaram que só poderão falar depois de receber notificação da Justiça Federal.

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