Liderados por João e Maria, os nomes bíblicos foram os mais escolhidos por mães e pais na hora de registrar seus filhos, no ano de 2015, no estado do Paraná. Davi, Ana, Pedro, Miguel, Gabriel e Lucas também figuram na lista dos dez mais registrados. Enzo e Arthur completam a lista. O levantamento é do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Paraná (Irpen-PR).
Maria não só manteve a liderança, como cresceu. Foram 7.715 registros para o nome em 2015, contra 6.509 em 2014, aumento de 18,5%. Não por acaso. A diretora do Irpen-PR, Elisabeth Vedovatto, explica que as modas vêm e vão, mas Maria sempre esteve entre os preferidos. Ela confirma que os nomes bíblicos estão em uma crescente. É o caso de João, cujo crescimento acima dos 20% desbancou Ana na vice-liderança.
Enquanto os tradicionais sobem, a moda dos diferentes desce, conta Elisabeth. Nomes com letras duplicadas, “y” no lugar do “i” e “k” no lugar do “c”, por exemplo, estão em queda. “Você ainda vê, principalmente entre os mais jovens, adolescentes, mas é bem menos”.
A popularidade dos nomes bíblicos não é novidade. Em 2014, nove dos dez nomes mais populares aparecem no texto cristão. Para a professora de leitura e redação Daniela Tatarin, do Colégio Positivo Júnior, a escolha não é por acaso. A escolha do nome é cultural e também “muito emotiva”, diz ela.
Na prática, as pessoas tentam nomear seus filhos com nomes que representem algo de positivo na vida delas. A religiosidade surge dessa maneira. Além disso, o fato de serem nomes comuns ajuda a criar a noção de que são nomes bonitos. São aquelas pessoas, segundo a professora Daniela, que dizem ter escolhido um nome “porque achei tão bonito, todo mundo tem e todo mundo gosta”.
Referências do entretenimento também costumam influenciar nos gostos. No Brasil, as novelas são fontes usuais de inspiração. Em 2015, uma situação peculiar pode ter influenciado as escolhas: folhetins de sucesso como “Os Dez Mandamentos” e “Rei Davi” retratam justamente das histórias bíblicas. Davi, por acaso, também é o filho do jogador Neymar, por exemplo.
Nomes compostos e nomes “da moda”
Entre os nomes compostos, o mais comum de 2015 foi Pedro Henrique. Ao todo, 1.435 crianças foram batizadas dessa forma. Maria Eduarda e Maria Clara aparecem na sequência , seguidos de João Lucas e João Pedro. Ana Júlia, João Miguel, Ana Clara, Enzo Gabriel e Maria Vitória também figuram nos 10 mais.
Por fim há os nomes “da moda”. São escolhas diferentes das tradicionais que ganham apelo em uma determinada época, o que é comprovado seis ou sete anos depois nas salas de aula. Em 2015, pode ser o caso de Enzo, que entrou no seleto grupo dos “dez mais”, em nono lugar. Sua variação Enzo Gabriel também ficou em nono, na lista de nomes compostos mais populares.
Confira a lista de nomes mais comuns, por categoria, segundo o Ipen-PR
Nomes mais registrados em 2015
1.º - Maria - 7.715
2.º - João - 5.848
3.º - Davi - 5.222
4.º - Ana - 4.804
5.º - Arthur - 3.415
6.º - Pedro - 3.319
7.º - Miguel - 3.340
8.º - Gabriel - 2.042
9.º - Enzo - 2.020
10.º - Lucas - 1.896
Nomes compostos mais registrados em 2015
1.º - Pedro Henrique - 1435
2.º - Maria Eduarda - 1376
3.º - Maria Clara - 1281
4.º - João Lucas - 1250
5.º - João Pedro - 1016
6.º - Ana Júlia - 990
7.º - João Miguel - 834
8.º - Ana Clara - 793
9.º - Enzo Gabriel - 722
10.º - Maria Vitoria - 737
Nomes Femininos mais registrados em 2015
1.º - Maria - 7.715
2.º - Ana - 4.804
3.º - Laura - 2.316
4.º - Alice - 1.930
5.º - Julia - 1.711
Nomes masculinos mais registrados em 2015
1.º - João - 5.848
2.º - Davi - 5.222
3.º - Arthur - 3.415
4.º - Pedro - 3.319
5.º - Miguel - 3.340
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora