Subiu para 34 o número de mortos em Alagoas devido às fortes chuvas que atingem o Estado há quase uma semana. O número eleva para 51 as mortes no Nordeste em razão das enchentes. Pernambuco contabiliza 17 mortos.

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Um levantamento feito pela equipe de Avaliação de Danos (Avadan) da Secretaria Nacional de Defesa Civil confirmou nesta quinta-feira (24) a redução do número de pessoas desaparecidas por conta das cheias ocorridas em Alagoas. Já o número de desaparecidos em Alagoas, que havia sido de mais de 1.000 pessoas na semana passada, caiu mais de dez vezes. Ao todo, são 56 pessoas desaparecidas.

Segundo a Defesa Civil, essa redução significativa acontece porque no início as famílias ficam desesperadas e procuram os bombeiros para informar sobre parentes desaparecidos, que são contabilizados sem nenhum critério. Nesta quinta, muita gente dada como sumida retornou às suas cidades de origem. Na quarta, por exemplo, uma comunidade de 56 quilombolas, que havia sido considerada dizimada, foi encontrada abrigada em duas árvores.

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O socorro às vítimas vai receber o reforço de 40 soldados da Força Nacional de Segurança. Um dos objetivos é tentar conter os saques que acontecem em mercados. Até agora, calcula-se que 50 pessoas foram presas em Alagoas suspeita de terem roubado mantimentos e outros produtos.

Visita de Lula

Em visita à cidade de Rio Largo (AL), nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai destinar às vítimas das chuvas em Alagoas e Pernambuco parte das casas previstas para serem entregues pelo Programa "Minha Casa, Minha Vida". Em 2010, o Governo Federal espera entregar 1 milhão de unidades em todo o país. Também deverão ser entregues às famílias parte das casas previstas para o programa em 2011, que devem ser 2 milhões.

"Depositamos hoje R$ 275 milhões nas contas dos governos de Alagoas e Pernambuco para planos emergenciais. Outros R$ 47 milhões foram destinados à reconstrução de pontes, R$ 46 milhões, à saúde, e R$ 51 milhões, à reconstrução imediata das escolas. Os alunos podem passar 40 dias de férias, mas não podem perder o ano letivo", diz Lula.

"Já vi muitas fotos, já vi filmes sobre a enchente na região da mata sul de Pernambuco e Alagoas e, sinceramente, nenhuma fotografia e nenhum filme demonstra a gravidade da situação que a gente vê quando entra nas ruas das cidades", disse Lula.

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Município submerso

A cidade de Água Preta, em Pernambuco, foi uma das mais atingidas pela enchente. O município chegou a ficar submerso. A maioria das casas desabou e cerca de 300 famílias ficaram sem ter onde morar.

A residência da dona-de-casa Fátima Santana resistiu, mas não restou nada dentro. "Uma vida toda de sufoco, de aperto e luta para conseguir e não existe mais nada, nada, nada. Não temos nada", diz.

Em Palmares, a enchente ocorreu na sexta-feira passada, dia 24 de junho. Dezenas de ruas ainda estão cobertas de lama, como se o rio tivesse acabado de passar pela cidade. Muita gente tenta fazer a limpeza por conta própria. Nos abrigos, algumas famílias dizem que só receberam comida graças à solidariedade das pessoas.

Em Barreiros (PE), apesar da destruição, a população tenta voltar à vida normal. Foi montado na cidade pela aeronáutica o mesmo hospital de campanha levado ao Haiti, país atingido por um terremoto.

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A força da água foi tão grande na cidade, que os destroços seguiram mais de 200 quilômetros até o litoral da Paraíba. Banhistas encontraram nas areias cadeiras de escolas, computadores e notas fiscais da cidade pernambucana.

Mais de 80 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas em Pernambuco por causa das enchentes.

BB aprova crédito emergencial

O Banco do Brasil informou que foram aprovadas nesta quinta medidas emergenciais de crédito para micro e pequenas empresas (MPE) que operam em municípios atingidos pela chuva nos Estados de Alagoas e Pernambuco. A iniciativa vale para as cidades que decretaram situação de emergência ou calamidade pública e visa reorganizar a atividade produtiva nas regiões atingidas.

"As condições especiais previstas para MPE são de alongamento de prazos e carência das principais linhas de crédito. O BB prorrogou o prazo da linha Proger Urbano Empresarial para até 96 meses, com nova carência de três meses para operações prorrogadas e dispensa da entrada mínima. Na linha BB Giro Rápido, os vencimentos de três parcelas serão jogados para o final do prazo, mantendo-se os valores das prestações", informa o BB. Condições mais favoráveis também foram direcionadas para outras linhas, como BB Giro Empresa Flex e o BB Capital de Giro Mix Pasep.

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