Os cientistas estão em busca de novos medicamentos que, no futuro, serão usados para combater as superbactérias, micro-organismos resistentes ao nosso arsenal atual de antibióticos. E uma nova classe de drogas, dos lipopeptídeos antimicrobianos (AMLP, na sigla em inglês), tem se mostrado promissora. Em estudo publicado nesta terça-feira (18) na revista acadêmica “Biophysical Journal”, pesquisadores explicam que ela mata células bacterianas seletivamente, poupando as hospedeiras do mamífero, pois elas se agarram a bolas microscópicas grudadas à membrana bacterial, uma estrutura complexa de mutação mais lenta.
“A necessidade por novos antibióticos contra bactérias e fungos resistentes se tornou uma preocupação médica global”, disse Alan Grossfield, do Centro Médico da Universidade de Rochester, em Nova York, e um dos autores do estudo. “Nossos novos insights em como os AMLPs trabalham como grupo, não individualmente, podem otimizar o desenvolvimento dessas moléculas como uma nova classe de antibióticos”, comenta.
Estudos passados já mostravam como esses compostos sintéticos possuem uma atividade potente contra uma gama de patógenos e que eram capazes de limpar infecções em ratos. Além disso, os AMLPs estão menos vulneráveis à resistência porque elas atacam a estrutura e função das membranas microbianas.
Para desenvolver resistência, os micróbios precisariam passar por grandes mutações que alterassem a mistura de lipídios que compõem a membrana. Além disso, uma variedade de importantes proteínas existentes na membrana dependem da composição atual de lipídios. Dessa forma, para se tornar resistente ao AMLP, o micro-organismo teria que alterar a função da sua própria membrana de proteínas.
Apesar das vantagens já demonstradas em estudos, o progresso no desenvolvimento dessas drogas para uso clínico tem sido limitado pela falta de um entendimento em nível molecular da sua forma de ação. Em particular, não está claro se e como a tendência do AMLP de formar grupos melhora a atividade antimicrobiana.
O estudo de Grossfield, com o estudante de graduação Dejun Lin, usou simulações de dinâmicas moleculares e cálculos de energia para examinar se a tendência dos AMLPs de se agregarem em bolas maiores, chamadas micelas, afetam sua habilidade de se unirem a membranas. Os resultados revelaram que os AMLPs possuem a tendência de se unir rapidamente a qualquer membrana — seja de bactérias ou de mamíferos — que encontram, porque isso é favorável em termos termodinâmicos. Por outro lado, as micelas tem forte preferência pelas membranas de bactérias.
“As micelas atacam as membranas de bactérias muito rapidamente, o que explica porque elas matam as bactérias sem afetar o animal infectado”, disse Grossfield. “Como os AMLPs são pequenos e estáveis, a fabricação, processamento e armazenagem são relativamente fáceis e baratos. Nós estamos otimistas que os AMLPs sejam inseridos no mercado como uma opção necessária para os próximos antibióticos”, conta.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião