Valinhos, São Paulo A indústria brasileira de saúde animal está investindo US$ 2 milhões no desenvolvimento de uma nova versão da vacina contra febre aftosa. É a chamada vacina limpa, que pretende reduzir o índice de reação provocado pelos anticorpos em exames de sorologia realizados no rebanho vacinado. A pesquisa está sendo financiada pelos seis laboratórios que desenvolvem vacinas de combate à doença que atuam no país, localizados no Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Se a expectativa da indústria se confirmar, o produto deve estar no mercado até o fim de 2008. A pesquisa teve início há três anos. Emílio Carlos Salani, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), explica que a vacina limpa vai facilitar o diagnóstico de aftosa, eliminando as dúvidas provocadas pela sorologia em eventos suspeitos. Ou seja, se o exame der positivo, não será mais por causa da reação à vacina, mas pela presença real do vírus no organismo do animal.
A intenção é zerar os percentuais de reação positiva provocados por causa da vacina. Contudo, explica Salani, um índice de reação de até 2% do total de vacinas produzidas e administradas pode ser considerado aceitável.
No caso dos focos de febre aftosa no Paraná, com a nova vacina, o Ministério da Agricultura teria mais dificuldade em confirmar a doença no estado. Em tese, com a vacina limpa os técnicos do governo federal teriam de se amparar apenas no fator vinculante, da situação de risco criada a partir do contato do gado paranaense com o rebanho da Fazenda Bonanza, em Mato Grosso do Sul, onde foi comprovada a presença do vírus. A sorologia positiva viria somente com a presença do vírus, e não mais pela vacina.
Jalaertem de Souza Campos Júnior, da empresa AGV, responsável pela logística da Central de Selagem de Vacinas, em Valinhos (SP), destaca que a nova versão do produto não vai comprometer a qualidade da vacina. Segundo ele, a segurança e a eficiência continuam inalteradas.
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