A quebra de sigilo bancário e telefônico das sócias e de um diretor da Interlaken – agência de turismo que anunciou fechamento via Facebook um dia após o Natal, deixando mais de 200 clientes lesados – vai ajudar a polícia a entender a ligação de outras duas empresas de Curitiba com a operadora. Segundo o delegado que conduz o caso, Guilherme Rangel, uma construtora e outra agência de turismo, ambas com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ativo e tocada por parentes dos suspeitos investigados, podem ter envolvimento no esquema.
O fechamento da Interlaken foi anunciado por meio de um post na rede social e deixou os clientes da operadora indignados. Centenas de pessoas tiveram passagens aéreas e hospedagens canceladas pela empresa, que alega não ter dinheiro para cumprir com todos os contratos. Até agora, o prejuízo estimado é de R$ 2 milhões.
O delegado não citou o nome das novas empresas que podem estar envolvidas. Sobre a segunda operadora de viagens que entrou na investigação, Rangel descartou a possibilidade de que ela ainda esteja prestando serviços a clientes de Curitiba e região. “Basicamente, prestava serviço para a Interlaken”, explicou o delegado. A nova empresa de turismo incluída nas apurações policiais está em nome da irmã de Lúcia Fontoura, que é uma das sócias de Interlaken. A construtora seria do marido de Lúcia.
“Há indício de envolvimento porque checamos a troca de vários cheques entre essas empresas. E não era de valor pequeno. Era de algo como dez a doze mil reais”, declarou Rangel.
Lúcia Fontoura e Marseille Fontoura, sócias da Interlaken, e o diretor financeiro da agência, Augusto Benzi, foram presos nesta quinta-feira (14). Conforme justificou a polícia, a prisão teve objetivo apurar qual o patrimônio dos envolvidos, além de evitar a fuga dos mesmos e a transferência de bens.
Rafael Nunes da Silveira, advogado de defesa das sócias e do diretor da Interlaken, disse que já trabalha para revogar a prisão dos seus clientes. Contudo, ele não falou qual instrumento jurídico adotou para tentar reverter a decisão. Por telefone, o advogado afirmou ainda que, por enquanto, não tem nada a comentar sobre o caso.
Os quatro suspeitos estão sendo indiciados por propaganda enganosa, associação criminosa, indução de consumidor ao erro e estelionato.
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