Em depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (6), Lúcia Fontoura, sócia-proprietária da Interlaken, afirmou que só viu o tamanho do rombo da empresa no fim do ano. A agência de turismo de sua propriedade anunciou o fechamento via Facebook no dia 26 de dezembro, lesando mais de 140 clientes, em um prejuízo estimado de R$ 2 milhões.
A sócia da Interlaken chegou para depor nesta manhã na Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), com uma hora e meia de atraso. Segundo o chefe das investigações, Guilherme Rangel, a empresária afirmou que a agência foi prejudicada pela alta da cotação do dólar frente ao real. Ela teria dito ainda que vendeu um carro para saldar parte das dívidas.
Sócia da Interlaken assegura a cliente que não há problema com reserva; ouça
Leia a matéria completaO delegado disse ver uma aparente contradição nas declarações da investigada. Isso porque a Interlaken fechou duas lojas e demitiu funcionários ao longo de 2015. Rangel acrescentou ainda que há “flagrante má-fé”, pois houve venda de pacotes e serviços até o dia 23 de dezembro – três dias antes do anúncio do fechamento. Antes da chegada da sócia para depoimento, o delegado afirmou que, além de propaganda enganosa, associação criminosa e indução de consumidor ao erro, os donos da empresa também serão investigados por estelionato.
De acordo com o delegado, entre dez e 15 boletins de ocorrência apontam que os donos da empresa usaram dados pessoais de clientes, como números de documentos e informações bancárias, para negócios próprios. “Isso vai muito além de crime contra o consumidor”, declarou o delegado.
Outro depoimento
Outra sócia da Interlaken, Marseille Fontoura, filha de Lúcia, foi interrogada durante a tarde e noite desta quarta. Por volta das 16h40, Marseille chegou com seus advogados com a cabeça coberta por um lenço e com um óculos de sol para esconder o rosto.
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Leia a matéria completaO depoimento terminou por volta das 20 horas. A reportagem apurou que Marseille não apresentou nenhuma grande novidade durante o interrogatório e se limitou a fazer afirmações parecidas com as que a mãe já havia feito. O depoimento durou quase 3 horas porque a sócia da Interlaken respondeu a questionamentos sobre cada um dos boletins de ocorrência registrados pelos clientes lesados.
Na quinta-feira (7), a Delcon espera ouvir Augusto Benzi, que era diretor da empresa, outro filho de Lúcia.
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