O número de mortes violentas registradas na região de Curitiba caiu pelo terceiro mês consecutivo em setembro, segundo levantamento da Gazeta do Povo com base nos boletins do Instituto Médico-Legal (IML). Foi a segunda maior queda do ano: 20% a menos em relação ao mesmo mês de 2009. Do dia 1.º de setembro até as 20 horas de ontem, foram 113 óbitos, contra 141 em setembro do ano passado. Em julho, houve uma queda de 25% no número de mortes violentas e, em agosto, o registro caiu 3%, em relação aos mesmos meses do ano passado.
Para especialistas, a redução tem duas razões principais, que refletem diretamente na realidade das comunidades onde há mais violência: ações mais efetivas da polícia e melhoria das condições de vida dos brasileiros. "No Brasil há uma redução em várias capitais. As causas são as mais variadas. Com certeza a melhoria na gestão policial e o aumento do emprego no país são duas delas", afirma o sociólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, José Vicente Tavares dos Santos.
Na opinião dele, assim como ocorreu em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, a queda em Curitiba também pode ser um reflexo da diminuição no número da população masculina jovem no Brasil. "Os homens jovens estão reduzindo no país e eles são as maiores vítimas e os maiores agressores", comenta. Para o sociólogo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Lindomar Bonetti, houve uma reestruturação nas ações policiais. Ele lembra que prisões de homicidas são importantes para mostrar que há punição.
Operações específicas em áreas de maior risco têm sido a tônica das ações da Polícia Militar no combate aos homicídios. O comandante do Policiamento da Capital, coronel Marcos Teodoro Scheremeta, afirma que tem direcionado os policiais em regiões mais críticas da cidade. "Estamos atuando de forma pontual, em determinados locais e horários", comenta. Sheremeta acredita que até as blitze de trânsito têm auxiliado muito na repressão. "Operações como a Cidade Segura, ações de desarmamento e até a blitze são inibidores", relata.