O próximo destino: passageiros acumulam pontos para viajar de graça| Foto: Jonathan Campos/Agência de Notícias Gazeta do Povo

2010

Dias paralisados - 34

Horas de paralisação - 162:12

Voos cancelados - 116

CARREGANDO :)

2011

Dias paralisados - 52

Horas de paralisação - 172:40

Voos cancelados - 265

2012*

Dias paralisados - 35

Horas de paralisação - 81:25

Voos cancelados - 367

* até 14 de junho

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Os densos nevoeiros que tradicionalmente compõem a paisagem de Curitiba e região metropolitana nesta época têm aumentado, ano a ano, o impacto direto sobre a aviação. O Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, na região metropolitana, é uma prova disso: neste ano, 367 voos já foram cancelados no terminal por causa de nevoeiros. Em todo o ano passado, o número foi 38,5% menor: 265 voos cancelados.

Segundo o meteorologista do Simepar, Fernando Mendes, de forma simplificada, os nevoeiros podem ser traduzidos como uma nuvem que se forma próximo do solo. O impacto na aviação é grande porque esse tipo de fenômeno impossibilita a visibilidade em um raio de até mil metros.

Com a queda das temperaturas, a recorrência das interrupções das operações no aeroporto deve ser maior. Em junho, por exemplo, o Afonso Pena já teve que parar suas operações ao longo de cinco dias, somando só neste mês 24 horas de paralisação e 96 voos cancelados. Desde o início de 2012, os trabalhos foram afetados pelo nevoeiro em 35 dias. No total, são 81 horas e 25 minutos em que o aeroporto ficou fechado neste ano.

O problema é agravado porque o Afonso Pena passa por obras de manutenção na pista. Este trabalho impossibilita o uso do ILS CAT-II, um instrumento que ajuda os pilotos a operarem em condições meteorológicas adversas. Segundo a assessoria de imprensa da Infraero (que administra o terminal), o fim das obras está previsto para o fim deste mês, quando o aparelho volta a funcionar.

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Condições favoráveis

O meteorologista Fernando Mendes explica que duas razões básicas favorecem a formação de nevoeiros. Uma delas é o aumento da umidade, que pode provocar a saturação do ar. Outro motivo é a redução das temperaturas do ar. Quando elas atingem o ponto de orvalho, ocorre condensação, formando o nevoeiro.

A região em que se localiza o Afonso Pena reúne condições favoráveis para a ocorrência de nevoeiros em ambos os casos. Por estar em uma região de alta e descampada, a média das temperaturas tende a ser baixa, principalmente nesta época do ano. "Além disso, por causa da proximidade com o mar, um maior porcentual de umidade pode chegar mais facilmente à região, facilitando a formação", apontou Mendes.

Como a localização e o clima são propícios ao fenômeno, é difícil dimensionar os impactos futuros. De acordo com nota da Infraero, "não há como prever o fechamento do aeroporto por motivo de nevoeiro, que é comum nesta época do ano". A Gazeta do Povo solicitou entrevista com o superintendente do Afonso Pena, mas a assessoria de imprensa informou que ele não poderia conceder entrevista por causa de sua agenda.