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 | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

Um Roberto Carlos sorridente e vestido de terno branco subiu ao palco montado na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente do Palácio Iguaçu, pouco depois das 20h30 de sábado para embalar uma multidão de aproximadamente 50 mil pessoas. A movimentação no Centro Cívico para assistir ao show mais esperado do ano em Curitiba, organizado em comemoração aos 50 anos da RPC TV, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), havia começado muito antes da apresentação. Já de manhã, fãs circulavam pelo local em busca de um bom lugar.

Quando o maestro Eduardo Lages sinalizou para a Banda R9 o início da apresentação, a Praça Nossa Senhora de Salete veio abaixo. Cantada do início ao fim pelos espectadores, especialmente pelo público feminino, "Emoções", tradicional música de abertura dos shows de Roberto Carlos, foi o aquecimento para o reencontro dos curitibanos com o cantor. Depois de a massa soltar a voz com "Emoções" – que o Rei voltaria a cantar mais para o final do show –, foi a vez de Roberto Carlos mostrar por que é o maior ídolo popular do país.

A primeira música cantada por ele foi "Eu te amo, eu te amo, eu te amo", do disco O Inimitável, de 1968, um dos melhores álbuns na fase da Jovem Guarda, no qual Roberto começa a transição do cantor da juventude para se tornar o maior intérprete da música romântica nacional. Mesmo sendo um dos refrões mais simples da música brasileira, "Eu te amo...", na voz do Rei, ganha contornos especiais. Deixa o lugar-comum das lamúrias da maioria dos cantores românticos para se tornar, de fato, uma declaração apaixonada e sincera, repleta de sentimentos. Prova disso foi o coro de 50 mil vozes que fez as vezes de backing vocal na canção. Mais do que auxiliar o Rei a levar a música, os casais aproveitaram o refrão para fazer a primeira de muitas outras declarações amorosas da noite. Afinal, como o próprio cantor disse na apresentação, "melhor dizer essas coisas cantando".

Na sequência, Roberto emendou uma declaração de amor na outra. Algumas clássicas ficaram de fora, como "O Portão" e "Outra vez". Nada que abalasse a qualidade do espetáculo – o mesmo da comemoração dos 50 anos de carreira do cantor no ano passado –, impecável não só na sonoridade, mas também nos efeitos de luzes no palco. O destaque ficou para "Detalhes", do álbum de 1971, talvez o melhor de Roberto, entoada pelo próprio ao violão. "Cavalgada", do disco de 1977, também puxou o público. A mais insinuante das canções robertianas fez com que mulheres de todas a idades a cantassem com o olho fixo no palco, com direito a gritos de "lindo" para o Rei.

Nas quase duas horas de apresentação, Roberto pôde repassar todas as fases da carreira. Além das canções religiosas, como "Jesus Cristo" e "Nossa Senhora", que não poderiam faltar, o Rei fez um medley Jovem Guarda, emendando uma na outra, sem parar, as principais música do período ro­­queiro, como "É proibido fumar", "Namoradinha de um amigo meu", entre outras. Ao can­­tar "La­­dy Laura", o cantor de­­monstrou a falta que a mãe, morta em abril, aos 96 anos, tem feito. "Não dá pa­­ra dizer que canto com tanta emoção [essa canção] porque os tempos são outros", revelou ao microfone.

Na última música do show, Roberto voltou ao romantismo com "Como é grande meu amor por você" e a entrega de rosas. O final de sempre que nunca deixa de emocionar.

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