Obra fraudada pela construtora Valor vira mocó e ponto de consumo de drogas
Por Diego Ribeiro e Albari Rosa
17/01/2016 às 19:29
(Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)
As obras de construção do Colégio Estadual Jardim Paulista e do Colégio Estadual Ribeirão Grande, ambos em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, deixaram de ser apenas questão educacional para a comunidade daquele município. A primeira transformou-se em um “mocó”, onde moradores de rua passam a noite, e também em ponto de consumo de droga. Na segunda, parte dos materiais de construção já sumiu. A reportagem da Gazeta do Povo foi até as duas unidades na quinta e sexta-feira da semana passada, quando constatou o abandono nas obras.
A construção da escola Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul, virou mocó e ponto de consumo de drogas após a polícia e o Ministério Público descobrirem fraude nas medições de execuções de obras de dez escolas públicas do PR.
Grande parte dos recursos – cerca de R$ 9 milhões – das obras das duas escolas que, praticamente não “saíram do papel”, já foi repassado à construtora Valor, responsável pelas construções. A empresa é acusada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná de participar de um esquema de desvio de recursos destinados a dez obras de escolas estaduais. O esquema é investigado pela Operação Quadro Negro.
Segundo relatórios da 7.ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas (TC), no Colégio Jardim Paulista foi atestado o andamento de apenas 10,35% da obra, mas a Valor já recebeu R$ 2 milhões, referentes a quase 50% do total contratado. No Ribeirão Grande, o TC apontou que, embora a obra esteja em fase primária, a construtor já recebeu um terço do valor total do contrato, R$ 1,2 milhão.
Abandono
Na obra do Colégio Jardim Paulista, há poças, recipientes cheios de água, latas de cerveja amassadas e vestígios de consumo de droga. Confira mais fotos que mostram a situação de abandono das duas escolas. Nos dois dias em que a Gazeta esteve no local, os mesmos homens saíram, assim que perceberam a presença da reportagem. “A gente é ‘trecheiro’, senhor. Só ficamos aqui porque não temos para onde ir”, comentou um deles ao sair da obra, enquanto o outro fumava um baseado.
Vizinhos demonstraram indignação. “Finalmente alguém apareceu aqui para ver essa obra”, disse um deles. Os gêmeos Patrique e Pablo Araújo de Assis, de 13 anos, lamentam a situação. “A gente queria ver a escola aberta”, disse Pablo. Os dois chegaram a entrar nela e imaginar como seria ter aula numa das salas. Ali, porém, giz de cera espalhado no chão é o único símbolo escolar presente.
Responsabilidade
A Secretaria da Educação informou que a responsabilidade pela segurança e manutenção das obras é da Valor enquanto o contrato estiver vigente.
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A empreiteira Valor abandonou a obra da construção do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, depois que o Gaeco deflagrou a Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de dinheiro público. Na foto, Tatiele Cardoso Bandeira e Evelin Nadino (centro), que reclamam de que têm de se deslocar 10 km para estudar.
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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.
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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.
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Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva.
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Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva..
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Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva.
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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.
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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.
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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.
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Placa da Escola Nova Ribeirão Grande mostra o valor da obra inacabada: R$ 2,9 milhões.
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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.
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A construtora Valor também abandonou a construção do Colégio Estadual Nova Jardim Paulista, também em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba. Na foto, os irmãos gêmeos Patrique e Pablo Saymom Araujo de Assis, de 13 anos,naquilo que deveria ser uma sala de aula.
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Os irmãos gêmeos Patrique e Pablo em outra área inacabada da escola.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Lápis de cera e giz jogados ao chão são uma das poucas coisas que lembram que ali deveria haver uma escola.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.
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Dois homens foram flagrados pela reportagem por dois dias seguidas na escola. Um deles fumava maconha.
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Placa da construção da escola Jardim Paulista indica o valor da obra: R$ 4,2 milhões.
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