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operação quadro negro

Obra fraudada pela construtora Valor vira mocó e ponto de consumo de drogas

 | Albari Rosa / Gazeta do Povo
(Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)

As obras de construção do Colégio Estadual Jardim Paulista e do Colégio Estadual Ribeirão Grande, ambos em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, deixaram de ser apenas questão educacional para a comunidade daquele município. A primeira transformou-se em um “mocó”, onde moradores de rua passam a noite, e também em ponto de consumo de droga. Na segunda, parte dos materiais de construção já sumiu. A reportagem da Gazeta do Povo foi até as duas unidades na quinta e sexta-feira da semana passada, quando constatou o abandono nas obras.

Mais escolas, menos mocós

A construção da escola Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul, virou mocó e ponto de consumo de drogas após a polícia e o Ministério Público descobrirem fraude nas medições de execuções de obras de dez escolas públicas do PR.

+ VÍDEOS

Grande parte dos recursos – cerca de R$ 9 milhões – das obras das duas escolas que, praticamente não “saíram do papel”, já foi repassado à construtora Valor, responsável pelas construções. A empresa é acusada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná de participar de um esquema de desvio de recursos destinados a dez obras de escolas estaduais. O esquema é investigado pela Operação Quadro Negro.

Segundo relatórios da 7.ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas (TC), no Colégio Jardim Paulista foi atestado o andamento de apenas 10,35% da obra, mas a Valor já recebeu R$ 2 milhões, referentes a quase 50% do total contratado. No Ribeirão Grande, o TC apontou que, embora a obra esteja em fase primária, a construtor já recebeu um terço do valor total do contrato, R$ 1,2 milhão.

Abandono

Na obra do Colégio Jardim Paulista, há poças, recipientes cheios de água, latas de cerveja amassadas e vestígios de consumo de droga. Confira mais fotos que mostram a situação de abandono das duas escolas. Nos dois dias em que a Gazeta esteve no local, os mesmos homens saíram, assim que perceberam a presença da reportagem. “A gente é ‘trecheiro’, senhor. Só ficamos aqui porque não temos para onde ir”, comentou um deles ao sair da obra, enquanto o outro fumava um baseado.

Vizinhos demonstraram indignação. “Finalmente alguém apareceu aqui para ver essa obra”, disse um deles. Os gêmeos Patrique e Pablo Araújo de Assis, de 13 anos, lamentam a situação. “A gente queria ver a escola aberta”, disse Pablo. Os dois chegaram a entrar nela e imaginar como seria ter aula numa das salas. Ali, porém, giz de cera espalhado no chão é o único símbolo escolar presente.

Responsabilidade

A Secretaria da Educação informou que a responsabilidade pela segurança e manutenção das obras é da Valor enquanto o contrato estiver vigente.

A empreiteira Valor abandonou a obra da construção do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, depois que o Gaeco deflagrou a Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de dinheiro público. Na foto, Tatiele Cardoso Bandeira e Evelin Nadino (centro), que reclamam de que têm de se deslocar 10 km para estudar. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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A empreiteira Valor abandonou a obra da construção do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, depois que o Gaeco deflagrou a Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de dinheiro público. Na foto, Tatiele Cardoso Bandeira e Evelin Nadino (centro), que reclamam de que têm de se deslocar 10 km para estudar.

Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.

Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.

Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva. | Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva.

Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva.. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva..

Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Em alguns locais da obra do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande já há grande acúmulo de água da chuva.

Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.

Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.

Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.

Placa da Escola Nova Ribeirão Grande mostra o valor da obra inacabada: R$ 2,9 milhões. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Placa da Escola Nova Ribeirão Grande mostra o valor da obra inacabada: R$ 2,9 milhões.

Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista da obra abandonada do Colégio Estadual Nova Ribeirão Grande.

A construtora Valor também abandonou a construção do Colégio Estadual Nova Jardim Paulista, também em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba. Na foto, os irmãos gêmeos Patrique e Pablo Saymom Araujo de Assis, de 13 anos,naquilo que deveria ser uma sala de aula. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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A construtora Valor também abandonou a construção do Colégio Estadual Nova Jardim Paulista, também em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba. Na foto, os irmãos gêmeos Patrique e Pablo Saymom Araujo de Assis, de 13 anos,naquilo que deveria ser uma sala de aula.

Os irmãos gêmeos Patrique e Pablo em outra área inacabada da escola. | Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Os irmãos gêmeos Patrique e Pablo em outra área inacabada da escola.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Lápis de cera e giz jogados ao chão são uma das poucas coisas que lembram que ali deveria haver uma escola. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Lápis de cera e giz jogados ao chão são uma das poucas coisas que lembram que ali deveria haver uma escola.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Vista das obras abandonadas da Escola Nova Jardim Paulista, que virou mocó e ponto de consumo de drogas.

Dois homens foram flagrados pela reportagem por dois dias seguidas na escola. Um deles fumava maconha. | Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Dois homens foram flagrados pela reportagem por dois dias seguidas na escola. Um deles fumava maconha.

Placa da construção da escola Jardim Paulista indica o valor da obra: R$ 4,2 milhões. | Albari Rosa/Gazeta do Povo

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Placa da construção da escola Jardim Paulista indica o valor da obra: R$ 4,2 milhões.

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