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Centro de Curitiba

Ocupação da sede Sesai pelos índios é por tempo indeterminado, diz Arpinsul

Indígenas continuam com a ocupação do prédio da Sesai em Curitiba | Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Indígenas continuam com a ocupação do prédio da Sesai em Curitiba (Foto: Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo)

As lideranças indígenas que ocupam a sede da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no Centro de Curitiba, devem permanecer no prédio por tempo indeterminado. A desocupação deve ocorrer somente quando os índios receberam resposta - de Brasília - sobre o pedido de audiência com o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza e com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, segundo a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul). A invasão na sede da Sesai, na Rua Cândido Lopes, ocorreu na tarde de terça-feira (13). Cerca de 30 pessoas estavam na sede da Sesai nesta manhã, por volta das 10 horas. As lideranças indígenas irão se reunir no fim da manhã para avaliar o movimento e decidir quais serão os próximos passos.

Não estão programados outros atos. De acordo com Arpinsul, as sedes da Sesai também seguem ocupadas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Reivindicações

Segundo Romancil Cretã, presidente da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), os índios solicitam ainda a exoneração imediata do Secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves. Os indígenas reclamam que o serviço voltado à Saúde indígena em todo o país será prestado por uma ONG paulista e o processo que definiu a escolha da entidade não contou com a participação dos próprios índios.

Os índios afirmaram que irão entregar um dossiê na tarde desta quinta-feira (15) ao Ministério Público Federal, em Curitiba. O documento seria composto por denúncias contra a ONG.

As lideranças alegam que uma entidade presta o serviço para a região Sul há 13 anos com qualidade e não há motivos para alterar esse quadro. Segundo os manifestantes, pessoas que não estão acostumadas com a cultura e tradições dos indígenas da região Sul seriam colocadas para lidar com a Saúde dos povos sem um conhecimento adequado, o que poderia prejudicar o serviço.

Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), no Paraná, existem 15 mil índios das etnias Kaigang, Guarani e Xetá vivendo em 56 aldeias tradicionais.

Outro lado

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) divulgou nota oficial, na terça-feira, sobre o movimento e afirmou que os convênios em vigor que tratam da saúde indígena serão finalizados em 31 de outubro, pois foram feitos antes da transição da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a Sesai.

De acordo com a nota oficial da Sesai, "a celebração dos novos convênios, sob a gestão do Ministério da Saúde/Sesai, a partir de 1º de novembro de 2011 tem por objetivo acabar com a precarização do trabalho na saúde indígena no país, garantindo aos trabalhadores contratados direitos trabalhistas, conforme disposto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)". Confira a nota da Sesai na íntegra.

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