Funcionários paramentados para tratar de pacientes com ebola, na Libéria, um dos países que vive uma epidemia da doença letal| Foto: EFE/Ahmed Jallanzo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu ter tido falhas na missão de conter a epidemia de ebola na África Ocidental, apontando fatores como equipes mal treinadas e falta de informação.

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Em um documento interno obtido pela AP, a OMS diz que seus especialistas deveriam ter percebido que métodos tradicionais de contenção de doenças infecciosas não iriam funcionar em países com fronteiras porosas e sistemas de saúde deficientes.

A agência de saúde da ONU reconheceu que, às vezes, até mesmo a sua própria burocracia era um problema. A OMS observou que os chefes das Representações da OMS em África são "apontados por motivos políticos".

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As nomeações são feitas pelo diretor regional da OMS para África, Luis Sambo, que não atende a chefe da agência em Genebra, Margaret Chan.

No final de abril, durante uma teleconferência entre especialistas em doenças infecciosas, que incluiu funcionários da OMS, Médicos Sem Fronteiras e o Centro dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o desempenho de especialistas da OMS foi questionado, já que nem todos eles se preocuparam em enviar relatórios à sede da OMS, de acordo com o documento.

No documento, a OMS disse que era "particularmente alarmante" que o chefe de seu escritório Guiné recusou-se a ajudar a obter vistos de entrada para uma equipe especialista. Além disso, US$ 500 mil em ajuda foi bloqueado por obstáculos administrativos.

A Guiné, como Serra Leoa e Libéria, é um dos países mais afetados pela epidemia que já matou 4.484 pessoas.

Nesta sexta (17), o Senegal deixou de ser um país afetado pela epidemia, anunciou a OMS.

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Segundo a OMS, dentro de dois meses, pode haver dez mil novos casos de ebola a cada semana, a menos que sejam tomadas medidas mais fortes contra o surto.

O documento -uma linha do tempo sobre o surto de ebola- não foi emitido publicamente. Funcionários da OMS disseram em um e-mail nesta sexta-feira que o cronograma provavelmente não será lançado.Nenhum funcionário da agência comentou o documento.

Mais financiamento

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional mais esforços financeiros contra o ebola, ao criticar o fato de que apenas US$ 100 mil foram entregues a um fundo especial do órgão para combater a doença.

A quantia corresponde ao valor repassado pela Colômbia, único país que efetivou a contribuição ao fundo, ao qual foram prometidos US$ 20 milhões para ter liquidez imediata em caso de necessidade de medidas urgentes.

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A ajuda humanitária precisa de um bilhão de dólares para combater de maneira eficaz a epidemia.

No entanto, os países fizeram doações no valor de US$ 377 milhões para agências da ONU e organizações sem fins lucrativos trabalhando nas regiões infectadas da Libéria, Serra Leoa e Guiné.