A Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu nesta terça-feira (16) a pesquisa de métodos inovadores no combate ao vírus da zika, como o a liberação controlada de mosquitos Aedes aegypti transgênicos e o uso de bactérias que previnem a replicação do vírus.
A organização disse, em nota, que o surgimento de doenças como o Ebola mostraram a necessidade da criação de um plano de ação em de pesquisa contra epidemias. “A OMS tem como objetivo acelerar a disponibilidade de contramedidas médicas durante as epidemias e limitar os danos, tanto quanto possível”, disse Marie- Paule Kieny, diretora da OMS.
Pesquisas de prevenção, como a criação de uma vacina, e de controle do transmissor da zika, o Aedes aegypti, também são elogiadas pela OMS. O uso de mosquitos geneticamente modificados é uma delas.
PIRACICABA
Em Piracicaba (a 160 km de São Paulo), o uso da versão transgênica das larvas do mosquito resultou em redução de 82% na quantidade de larvas do mosquito em uma área experimental da cidade, em comparação com setor vizinho reservado para controle.
Soltos em quantidade suficiente numa região, transmosquitos competem com machos selvagens por fêmeas, que não aceitam nova inseminação após a cópula.
O sistema, ainda sem licença do governo federal para emprego generalizado, não elimina por completo as fêmeas picadoras, mas reduz muito sua população.
A prefeitura da cidade agora planeja estender a experiência a áreas centrais da cidade de 390 mil habitantes 160 km a noroeste da capital paulista.
VACINA
O desenvolvimento de uma vacina contra o vírus também foi uma dos estudos citados pela OMS. Quinze empresas e grupos de investigação de vacina para o zika foram identificados.
Duas vacinas estão em estágio mais avançado, uma nos Estados Unidos e outra na Índia. A organização alerta, no entanto, que serão necessários ao menos 18 meses para a testagem em larga escala.
A OMS disse que está montando um “perfil de produtos-alvo” para estas ferramentas médicas, como, por exemplo, determinar as melhores características para uma vacina para imunizar mulheres férteis.
O vírus tem sido associado aos casos de microcefalia em recém-nascidos e transtornos neurológicos, embora ainda não haja nenhuma comprovação científica.
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