A médica patologista Lúcia de Noronha , da PUCPR, foi uma das pesquisadoras que descobriu que o zika vírus tem a capacidade de atravessar a placenta e causar a microcefalia.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (4), que o Brasil vive a “estação alta” de proliferação da zika e apontou que se acumulam as evidências da relação entre o vírus e os casos de microcefalia. A entidade convocou uma nova reunião de emergência dos especialistas internacionais para o dia 8 de março, com a possibilidade de que o alerta mundial seja incrementado.

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Em entrevista à imprensa internacional em Genebra, o diretor de operações da OMS para a zika, Bruce Aylward, atualizou os resultados de pesquisas realizadas pelo mundo. “Hoje, temos registrado o vírus em 47 países”, disse Aylward, que admitiu que o surto é um dos “mais desafiadores” que ele já enfrentou.

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Mas são as relações entre o vírus e a microcefalia que mais chamam a atenção dos técnicos. “Estamos vendo uma acumulação da relação casual”, disse. Ele confirma que o aumento dos casos no Brasil é “substancial” e que pode ser mais de dez vezes superior à taxa anual de microcefalia.

Ao mesmo tempo, ele apontou que não existem contra-provas de que outro fator esteja sendo o responsável pelos casos. “As evidências contrárias não estão sendo registradas. Não temos visto outros fatores.”

“Fomos procurar se existem explicações alternativas para a microcefalia. Poderia ser genético, exposição à bebida, drogas e infecções. Em cada local investigado, nada tem sido encontrado para apontar para outras causas. Só nos deixa com essa associação entre o zika e a microcefalia. Mas a questão é saber até que ponto é forte essa associação”, explicou.

Aylward também destacou que não existem indícios de que microcefalia teria sido causado por produtos químicos. “Os pesquisadores estão vendo um número maior de doenças em mães que tiveram filhos com microcefalia “, indicou.

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