A Organização Mundial de Saúde (OMS) endureceu nesta terça-feira (31) as recomendações para viajantes que tenham estado em áreas afetadas pelo zika. Agora, quem retornar de locais onde o vírus é transmitido deve abster-se de relações sexuais por pelo menos oito semanas ou praticar apenas sexo seguro no mesmo período. A recomendação anterior era de abstinência de quatro semanas. Segundo o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, a duplicação do intervalo de segurança previamente recomendado pela entidade aconteceu depois que cientistas descobriram que o vírus, relacionado à ocorrência de microcefalia em bebês, permanece no sangue e fluidos corporais por mais tempo do que se pensava anteriormente.
“As pessoas devem praticar sexo seguro ou abster-se durante pelo menos oito semanas, se retornarem de áreas afetadas por zika”, disse Lindmeier, acrescentando que as novas diretrizes “vão refletir o que temos aprendido sobre a doença e suas complicações”.
A OMS também recomendou aos casais que quiserem engravidar que façam abstinência durante seis meses, caso o homem esteja com sintomas de zika. A preocupação com a gravidez de mulheres que tenham tido zika, ou seus parceiros, ocorre por causa da relação entre o vírus e a má formação congênita de bebês. A evidência cada vez mais forte sobre essa possível ligação levou a OMS a declarar estado de emergência de saúde global em fevereiro.
O porta-voz da OMS disse que os cientistas ainda estão investigando o tempo em que o vírus pode ser rastreado na saliva, mas até agora esses testes foram inconclusivos.
Teste
Na terça-feira, foi lançado o primeiro teste rápido nacional para detectar o vírus zika. O exame, produzido pela Fundação Bahiafarma, apresenta o resultado em 20 minutos. A previsão é que o laboratório produza cerca de 500 mil testes por mês.
De acordo com a fundação, esse é o primeiro teste rápido nacional que obteve autorização da Anvisa para ser produzido e comercializado no país. O exame detecta a doença em qualquer fase, porque faz o diagnóstico por meio dos anticorpos desenvolvidos pelo corpo da pessoa infectada. Ele é diferente dos que usavam a técnica “PCR”, que detecta apenas o vírus em si e demorava semanas para apresentar um resultado.
O dispositivo para teste rápido é composto por dois itens, que utilizam uma pequena amostra do soro do paciente. O primeiro reage ao anticorpo denominado “IgM” e faz o diagnóstico de infecções recentes, de até duas semanas. Já o segundo reage ao anticorpo “IgG,” que identifica infecções há mais tempo.
“Este teste permite encontrar não o vírus, mas a resposta do organismo ao vírus. O teste anterior precisava ser levado a laboratório. Este aqui é rápido e basta separar o soro do sangue e já temos o resultado em 20 minutos. O diagnóstico é sorológico”, explicou ao G1 o secretário estadual de Saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas.
Segundo Vilas Boas, o teste rápido permitirá que o diagnóstico de zika seja feito em qualquer posto de saúde do país. A previsão é que o teste, após a primeira compra pelo Ministério da Saúde, seja entregue em 30 dias.
O teste rápido foi desenvolvido por meio de parceria entre a Bahiafarma e a empresa sul-coreana Genbody. A pesquisa durou dez meses. O diretor da Bahiafarma, Ronaldo Dias, diz que ainda não é possível avaliar o custo de cada um dos testes e o valor de comercialização porque dependem da quantidade de exames que a Bahiafarma vai produzir.
“O custo desse produto está relacionado à quantidade que vai ser utilizada. O uso é totalmente novo. Não existia uma ferramenta epidemiológica para inquéritos até o momento. Estamos trabalhando para que tenha o menor custo possível, para ampliar o acesso à população nesse momento”, afirmou Dias ao G1.
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