Por volta das 16 horas, vários expressos já podiam ser vistos no Centro de Curitiba: paralisação afetou 2,3 milhões de pessoas| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Reajuste da categoria é o maior em 17 anos

O acordo salarial que pôs fim à greve no transporte coletivo de Curitiba foi costurado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que sugeriu o aumento de 10,5% nos vencimentos das categorias, alta do vale-refeição de R$ 105 para R$ 200 e um abono de R$ 300 a ser pago em junho de 2012.

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Sindicato quer revogação das multas

O Sindimoc e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) se reúnem hoje para negociar a multa acumulada de R$ 200 mil aplicada ao sindicato. O valor foi imposto pela Justiça após o descumprimento da determinação de manter parte da frota circulando durante as 37 horas de greve. Embora a tendência seja de que a multa acabe reduzida (ou até mesmo extinta), o caso alimenta discussões legais sobre as ações dos trabalhadores durante o piquete.

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O movimento de motoristas e cobradores que paralisou Curitiba por 37 horas foi encerrado ontem com um acordo que viabilizou um reajuste salarial de 10,5%. A proposta foi aprovada por cerca de 3 mil trabalhadores em assembleia realizada na Praça Rui Barbosa por volta das 15 horas. Meia hora de­­pois, alguns ônibus começaram a deixar as garagens das empresas.

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Segundo o Sindicato das Em­­presas de Transporte Urbano e Me­­tropolitano de Passageiros de Curi­tiba e Região Metropolitana (Se­­transp), os ônibus começaram a ser liberados ainda durante a tarde de ontem. A preferência foi dada para ônibus que operam nas canaletas expressas e linhas troncais (os veículos amarelos), que ligam os terminais de integração ao Centro da cidade. Na sequência entraram em circula­­ção os interbairros, que ligam bairros e terminais sem passar pelo Cen­­tro, e alimentadores, que li­­gam terminais de integração aos bairros daquela região.

Assim que os primeiros ônibus começaram a circular, o serviço de transporte particular, por meio de vans ou carros, foi suspenso, já que os veículos automaticamente perderam o credenciamento feito pela Urbs. Inicialmente, como não havia cobradores em algumas es­­tações-tubo, as catracas foram liberadas e os passageiros puderam pegar o coletivo de graça.

Por volta das 19h30, cerca de 500 veículos estavam em circulação, o que corresponde a 25% da frota, de acordo com a Urbanização de Curitiba (Urbs). A previsão é de que hoje cedo a frota volte a operar com 100% de sua capacidade e respeitando as tabelas de horários. Cerca de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pela greve.

Longa espera

Assim como na terça-feira, o dia de ontem começou com terminais va­­zios e ruas congestionadas. Espe­cial­­mente pela manhã, o movimento era bastante alto em diversas regiões da cidade e, apesar da len­­tidão, não houve trechos on­­de o tráfego não fluiu. Para melhorar a fluidez, as obras no anel viário e em ruas importantes da capital fo­­ram suspensas até o fim da greve.

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Nos pontos de ônibus, muitos passageiros se perguntavam o motivo de a decisão judicial que obrigava que 70% da frota circulasse de manhã não ter sido cumprida. "Achei que com a multa imposta pela Justiça os ônibus iriam circular. Eu vim de carona e agora não tenho como voltar, o único jeito é encarar os sete quilômetros caminhando", disse o servidor municipal Alberto Amaral de Oliveira.