2 milhões
A RIT transporta diariamente mais de dois milhões de passageiros, sendo metade pagante. Os três lotes do transporte coletivo foram licitados em 2010 justamente com o objetivo de regularizá-lo perante a lei e dar o equilíbrio esperado para o sistema.
NA MIRA
Um ano atrás, o TCE-PR havia determinado a redução da tarifa técnica em R$ 0,43. Para justificar a decisão liminar, o órgão divulgou relatório de auditoria no qual apontou supostas irregularidades na planilha tarifária. Para os auditores do tribunal, o custo do Hibribus, a taxa de gerenciamento da Urbs (4%) e a taxa de risco deveriam ser excluídos da planilha. Além disso, outros quatro itens deveriam ser expurgados ou alterados: os impostos exclusivos; o parâmetro de compra do combustível; os custos de depreciação e remuneração de investimentos em edificações; e a redução do porcentual do consumo do diesel. A tarifa não caiu, pelo contrário subiu, e a decisão foi cassada na Justiça
NO VERMELHO
Mesmo tendo recebido, de 2011 para cá, R$ 241 milhões como lucro, as empresas alegam que o sistema tem um deficit de R$ 760 milhões 57% maior do que o projetado (R$ 485 milhões) por elas durante a celebração do contrato. A projeção do deficit decorre dos investimentos realizados em 2010 e que seriam amortizados ao longo do período de concessão
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O pagamento de parte do débito do poder público com o sistema de transporte garantiu o retorno parcial dos ônibus às ruas de Curitiba e região, mas não resolveu o imbróglio do setor. O governo do estado acertou o pagamento imediato de um terço dos R$ 16,5 milhões devidos à Rede Integrada de Transportes e propôs o parcelamento do restante em cinco vezes. Mas a RIT continua sem convênio e sem a definição de quem paga a diferença entre a tarifa do usuário e a repassada aos empresários.
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A volta de motoristas e cobradores ao trabalho foi acertada após três horas de discussões na segunda audiência mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná. A greve, iniciada na segunda-feira (26), foi deflagrada em razão de atrasos no 'vale' de janeiro dos trabalhadores. Nesta quarta-feira (28), 80% da frota deverá estar nas ruas. Se o acordo for cumprido e o vale for depositado, 100% dos ônibus voltam a circular nesta quinta-feira (29).
Pelo acordo coletivo, as empresas deveriam depositar até 40% dos salários até o dia 20. Algumas depositaram apenas 1% o que significou R$ 18 para alguns trabalhadores. Esse atraso levou ao TRT, pelo segundo ano consecutivo, uma discussão que já foi tema de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e de relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado: o desequilíbrio econômico da RIT. Cada passageiro paga R$ 2,85 em qualquer uma das 356 linhas da RIT, mas o empresário recebe R$ 3,18 por usuário. Essa diferença já era coberta por subsídios do governo estadual desde 2012, mas ela se acentuou após o congelamento da tarifa em 2013. No ano passado, o estado desembolsou mais de R$ 60 milhões para equilibrar essa conta. Com o caixa apertado, o governo estadual atrasou parte do subsídio de outubro e não pagou integralmente novembro e dezembro meses em que esse complemento já havia sido reduzido por causa do aumento da tarifa do usuário. Essa pressão nas finanças sugere, inclusive, que o passageiro voltará a pagar a conta do desequilíbrio do sistema.
Ao anunciar o aumento de R$ 0,15 em novembro, o prefeito Gustavo Fruet adiantou que haveria novo reajuste em fevereiro. Mas o diretor-presidente da Comec, Omar Akel, disse que pode haver novidades. "Amanhã, vou me reunir com a Urbs para fecharmos nova estratégia de operação. Queremos o equilíbrio financeiro do sistema e, em algumas cidades, pode não ser possível manter a tarifa única", adiantou Akel. O presidente da Urbs, Roberto Gregório, não foi localizado ao fim da audiência para comentar o assunto.
Uma das propostas que será discutida é a adoção de anéis tarifários, inclusive dentro de Curitiba. Nesse sistema, a capital e a região metropolitana seriam dividas em anéis com tarifas diferentes um do outro. O usuário em deslocamentos mais curtos pagaria menos. O preço acaba sendo proporcional às distâncias. Recife e Fortaleza, por exemplo, já adotam sistemas semelhantes.
Para o presidente do Setransp, Maurício Gulin, a desintegração da RIT seria um retrocesso. "O sistema de Curitiba não pode andar para trás. Temos visto que a mobilidade metropolitana é essencial para o desenvolvimento das cidades".
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