A operação de combate ao desmatamento que desde segunda-feira (25) rastreia pontos de crimes ambientais em 14 cidades do Centro-Sul do Paraná aplicou R$ 2,9 milhões em multas e prendeu três pessoas até a noite desta sexta-feira (29). Foram lavrados 99 autos de infração por irregularidades diversas. No total, 130 hectares de terra foram embargados - cada hectare equivale a 10.000 metros quadrados, aproximadamente o tamanho da área de um campo de futebol - e foram aprendidos 600 metros cúbicos de madeira serrada o equivalente a carga de 50 caminhões.
A operação desagrada parte dos moradores das cidades vistoriadas. Cerca de mil manifestantes se reuniram na quinta-feira (28) em União da Vitória, no Sul do Paraná, para protestar contras as ações da operação. Os moradores reclamaram da presença do grande efetivo de policiais, que estavam armados e teriam sido truculentos com madeireiros e pequenos produtores.
No dia do protesto, estava prevista a visita do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Porém, por causa de problemas de agenda, a presença de Minc foi postergada para o domingo (31). Nesse dia, Minc teve reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criticou colegas de ministério, que segundo ele, estariam com suas "machadinhas" esquartejando a área ambiental. Ele deve visitar algumas das áreas vistoriadas pelos agentes ambientais no Paraná no domingo (31).
A operação Angusti-folia referência ao nome científico do pinheiro Araucária, com uma suposta folia na região e angustia da natureza se concentra em 145 pontos de 14 cidades paranaenses e conta com um efetivo de 223 agentes de seis estados brasileiros.
Há agentes da PF, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Força Verde da Polícia Militar (PM). O foco do trabalho é verificar denúncias de desmatamento e outros delitos ambientais, mostrados numa série de reportagens publicada pela Gazeta do Povo em março.
Os trabalhos começaram na madrugada de segunda-feira (25). Foram feitas três prisões - os detidos foram liberados logo em seguida - e a interdição de um picador de madeira nativa.
Ainda não foram divulgadas informações sobre os delitos encontrados e sobre as apreensões realizadas. A previsão é de que os trabalhos da força-tarefa, que podem ser expandidos para outras cidades da região, durem pelo menos mais uma semana.
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