Delegado é fotografado no interior da sede do Gaeco, no bairro Ahú, em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O delegado Rubens Recalcatti, da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, da Polícia Civil do Paraná, foi preso na manhã desta terça-feira (13) em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Rio Branco do Sul . Na operação, denominada Aquiles, foram cumpridos também mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva. Até o momento, o Gaeco, que é um braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR), informa que cinco mandados de prisão temporária foram cumpridos em Curitiba, contra investigadores da Polícia Civil e o delegado.

CARREGANDO :)

Ainda faltam três mandados de prisão temporária a serem cumpridos, também contra policiais. Em uma das buscas realizadas, foi apreendido um revólver, calibre 38, sem registro. Também foram apreendidos pen drives, documentos e valores em dinheiro.

Testemunhas afirmam ao MP que equipe de Recalcatti executou suspeito

Leia a matéria completa
Publicidade

Internautas parabenizam delegado preso por suspeita de homicídio; veja comentários

Leia o post do blog Caixa Zero.

As investigações apuram as circunstâncias de uma morte ocorrida em abril deste ano, na Região Metropolitana de Curitiba, em um suposto confronto com a Polícia Civil. Segundo a apuração, o delegado e os sete policiais teriam executado um homem algemado. A vítima, Ricardo Geffer, era um dos suspeitos pela morte de João Dirceu Nazzari, ex-prefeito de Rio Branco do Sul e primo do delegado, morto durante uma partida de futebol em abril deste ano.

O procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, afirma que há elementos que indicam que a ação da equipe policial coordenada por Recalcatti configura uma execução. “Os policiais chegaram ao local, o rapaz se rendeu, foi algemado e morto”, afirma Batisti. Segundo ele, Recalcatti sabia que o rapaz estaria onde foi encontrado. “Além disso, havia uma relação muito próxima entre o João Nazzari e o delegado. Sem contar que, na época, Recalcatti era delegado de Furtos e Roubos em Curitiba. E há delegacia em Rio Branco do Sul”, afirma o procurador.

O delegado e os demais presos devem ser encaminhados ainda nesta terça para a sede do Conselho de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba. Os pedidos de prisões foram concedidos pela Vara Criminal de Rio Branco do Sul.

Publicidade

Presidente da Associação dos Delegados lamenta prisão de Recalcatti

O presidente da Associação dos Delegados da Polícia do Paraná (Adepol), João Ricardo Noronha, lamentou a prisão de Rubens Recalcatti. Segundo Noronha, a ação do Gaeco é “midiática”. “É uma medida radical”, afirma.

Segundo Noronha, a prioridade é garantir a liberdade de Recalcatti. “Posteriormente, se for configurado que houve abuso nesta prisão, iremos responsabilizar administrativamente e criminalmente os responsáveis”.

Defesa nega a acusação

Segundo o advogado de Recalcatti, Claudio Dalledone, o suspeito reagiu à prisão e a morte decorreu de confronto. O defensor classifica a prisão como “escandalosa”. “Isso representa um golpe na segurança pública. É uma inversão jurídica, já que em casos em que há suspeita não se determina prisão”, diz o advogado. De acordo com ele, Recalcatti deve prestar depoimento ao Gaeco na tarde desta terça-feira (13). “Primeiro quero ter acesso a todo teor do processo”, diz Dalledone.

O advogado diz ainda que deve entrar com um pedido de liberação do delegado no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). “Nesse caso a polícia estava fazendo seu trabalho. O bandido reagiu com tiros e, na troca de disparos, tombou morto”, afirma.

Corregedoria da Polícia Civil investigava operação comandada por Recalcatti

O Departamento da Polícia Civil (DPC) informa que, por meio da Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC), já vinha investigando a morte de Ricardo Geffer (suspeito do homicídio contra o ex-prefeito João Dirceu Nazzari), morto na operação comandada pelo delegado Rubens Recalcatti.

Na última quinta-feira (8), a Corregedoria ouviu uma testemunha que estava no local do crime. O DPC informa que acompanhará a conclusão da operação do Gaeco e está à disposição do Ministério Público para colaborar com o que for necessário para o esclarecimento dos fatos.

Publicidade