Policiais civis e militares do Rio de Janeiro foram presos e duas delegacias foram vasculhadas, nesta sexta-feira, numa grande operação com participação da Polícia Federal para cumprir 45 mandados de prisão contra acusados de vazar informações e vender armas e drogas para o tráfico de drogas.

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Trinta e dois policiais, sendo 11 civis e 21 militares, são procurados por suspeita de comandarem o esquema criminoso, que incluía também a venda de proteção para a máfia dos caça-níqueis, o controle de milícias e a cobrança de propinas de traficantes.

A ação, que conta também com a participação da Secretaria de Segurança Pública e do Ministério Público do Rio, prendeu 28 pessoas até o início da tarde, de acordo com as autoridades.

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"Nenhuma polícia do mundo consegue virar a página sem cortar na própria carne", disse a jornalistas o secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame.

A operação "Guilhotina" teve como origem uma ação policial de 2009 em uma favela que precisou ser abortada após um vazamento de informações para criminosos.

"Tinha 10 homens do Bope lá que ficaram vendidos... a partir daí fizemos um esforço grande e trouxe para mim a investigação desse desvio de conduta", afirmou Beltrame.

Durante a investigação, a PF obteve provas como fotos, filmagens e grampos telefônicos para comprovar a ligação dos policiais com o crime organizado.

Um dos principais alvos da operação é o delegado e ex-subchefe operacional da Policia Civil, Carlos de Oliveira, que seria um dos líderes do esquema, de acordo com as investigações. O delegado não foi encontrado por policiais que foram até a case dele, e está foragido.

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Segundo as investigações, Oliveira cobrava propina de 100 mil reais de diferentes traficantes para vazar informações sobre ações policiais nas áreas dominadas por suas quadrilhas.

Oliveira deixou o cargo de subchefe da Polícia Civil em agosto do ano passado, e há pouco tempo passou a integrar a secretaria de Ordem Pública da prefeitura da capital. A secretaria já antecipou que ele será exonerado em razão da operação dessa sexta-feira.

O chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski, foi intimado como testemunha para prestar informações no inquérito da operação. "É um efetivo que está subordinado a ele, e (Turnowski) certamente prestará informações sobre o trato funcional que tem com essas pessoas", disse o superintendente da PF no Rio, Angelo Gióia.

Duas delegacias, onde poderiam estar provas da relação dos policiais com o esquema criminoso, também foram interditadas pela força tarefa nessa sexta.

"Ali atuavam alvos da operação e precisamos cumprir também mandados de busca e apreensão", disse Gióia.

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O grupo de policiais também teria desviado apreensões feitas no Complexo do Alemão, que foi ocupado por força de segurança no fim do ano passado.

"Havia um espólio de guerra. Armas, drogas, munições e dinheiro que eram apreendidos pela polícia e repassados para o tráfico. Uma verdadeira retroalimentação do crime", disse o chefe da PF no Rio.