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Os 10 principais feitos e descobertas da ciência em 2016

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Descobertas científicas, detecções espaciais e o desenvolvimento de tecnologias nunca antes experimentadas ocorrem a todo momento. Ao longo de 2016, diversos estudos foram publicados por universidades e agências, criando um sem-número de conquistas para a humanidade. Ocasionalmente, no entanto, essas novidades se destacam, e entram para um rol de achados incríveis. A lista criada pela Gazeta do Povo compila 10 dos principais feitos e descobertas da ciência deste ano. Confira:

1. Chip no cérebro recupera movimentos de paralíticos

Paralisado do peito para baixo depois de uma lesão na medula espinhal durante um mergulho, Ian Burkhart recuperou o uso parcial de sua mão direita graças a um implante cerebral. O implante utiliza um dispositivo que pode interpretar os sinais do cérebro e estimular músculos do antebraço, no caso de Burkhart.

Num experimento pioneiro, pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio (EUA) descobriram como “ler os pensamentos” do rapaz e transmitir essa informação diretamente para os músculos. Os testes começaram há cerca de três anos, quando a equipe de pesquisadores implantou um conjunto de eletrodos no córtex motor primário esquerdo do cérebro do paciente, numa área que, graças a dados de ressonância magnética, já tinha sido identificada como responsável pelo controle da mão direita.

Pesquisadores acreditam que a tecnologia tem potencial enorme para ajudar pessoas paralisadas a recuperar o movimento.

2. Descoberta vacina até 100% eficaz contra Ebola

Em 2015, cerca de 6 mil pessoas receberam uma vacina experimental contra a Ebola, doença que causou mais de 11 mil mortes na África Ocidental em seu último surto. Agora, em 2016, foi anunciado que nenhuma das pessoas vacinadas contraiu a doença nesse período, enquanto em um grupo de pessoas não-vacinadas houve 23 casos.

Isso sugere “que a vacina é muito eficaz e poderá ter uma eficácia de até 100%”, disse à AFP a vice-diretora-geral da OMS, Marie-Paule Kieny.

3. O nono planeta do sistema solar

Em janeiro, um estudo do California Institute of Technology (Caltech) trouxe provas consistentes de que o sistema solar possui um planeta a mais do que se sabia até então. As pesquisas mostram que até mesmo o sol recebe influências de um astro - que pode ser cerca de 10 vezes maior do que a Terra. E, como há 0,007% de chance que essas evidências observadas não sejam causadas por um planeta, os pesquisadores estão seguros da existência do “novo membro da família”.

O nono planeta do sistema levaria entre 10 mil e 20 mil anos para completar a órbita em torno do sol, de acordo com a pesquisa da Caltech, que foi divulgada pela publicação Astronomical Journal.

4. Fóssil com cauda de dinossauro

No início de dezembro, um cientista encontrou um fóssil com um pedaço de uma cauda de dinossauro sendo vendido em um mercado no Mianmar. A peça, que consiste um uma pena da cauda do animal, conservada em âmbar, estava sendo comercializada como parte de uma joia e mede cerca de 36 milímetros. Responsáveis por coletar o material, pesquisadores da Universidade de Geociências da China explicam que o fragmento pertencia a um dinossauro da espécie maniraptora, que media cerca de 6 centímetros.

Essa é a primeira vez que cientistas são capazes de associar claramente penas bem preservadas a um dinossauro e, por sua vez, obter uma melhor compreensão da evolução e estrutura das penas de dinossauro.

5. Descobertas 97 novas áreas do cérebro

Cerca de um século atrás, um cientista alemão - Korbinian Brodmann - dividiu o cérebro humano em 52 regiões diferentes, criando o conceito de mapa cerebral. Em julho deste ano, no entanto, um estudo liderado pela Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, conseguiu aprofundar essa noção ainda mais. Desse modo, a equipe descobriu 97 novas áreas.

Publicada na revista Nature, a descoberta da ciência permite que sejam desenvolvidas tecnologias para identificar áreas do cérebro responsáveis por dependências, autismo entre outros. No futuro, os médicos poderão fazer um exames e constatar situações diversas, que vão de vício em chocolate à potencialidade de psicopatia, por exemplo.

6. Existe água em Marte

Água salgada flui por Marte durante o verão. Ao menos isso foi o que descobriu a Nasa, em setembro de 2016. Normalmente a temperatura no planeta vizinho à Terra gira em torno de -62 graus celsius, por isso qualquer resquício de água permanece congelado. Mas a agência espacial americana descobriu que, durante o verão, as temperaturas em Marte podem chegar até 21 graus celsius, o que é quente o suficiente para causar o degelo.

A descoberta se deu com base em linhas escuras e estreitas identificadas nas montanhas do planeta vermelho, que tendem a aparecer e crescer durante os meses mais quentes e desaparecer durante o resto do ano. O sal reduz o estado sólido da água e, segundo os cientistas, isso explica esses fluxos salgados sazonais.

“Isso sugere que seria possível para a vida estar em Marte hoje”, disse John Grunsfeld, administrador associado da Nasa para as ciências a jornalistas, ao discutir o estudo publicado na revista científica Nature Geoscience.

7. Novos elementos na tabela periódica

Ununtrio, ununpentio e ununséptio e ununóctio. Esses são os quatro novos elementos químicos, incluídos na tabela periódica em junho deste ano. A descoberta da ciência, na realidade, não se deu pelo encontro de novos elementos na natureza. Os mais recentes elementos são fruto da criação humana, e surgiram em aceleradores de partículas, que fazem elementos menores colidirem entre si e se fundir. Os átomos criados nessas condições, no entanto, sobrevivem por apenas algumas frações de segundo.

8. O maior número primo já registrado

Logo no começo do ano, em janeiro, cientistas anunciaram a descoberta de um número primo maior do que qualquer outro que já havia sido registrado. O numeral possui exatamente 22.338.618 dígitos, quebrando o recorde anterior, de 2013, de 5 milhões de dígitos.

Se o número fosse lido em voz alta, o leitor levaria quatro meses para terminar a tarefa. Ainda assim, ele se enquadra na classificação de número primo, que exige que seja divisível apenas por ele mesmo e pelo número um.

O algarismo foi encontrado com um computador do laboratório da Universidade Central Missouri, nos Estados Unidos, e representa uma novidade muito importante para a linguagem computacional, em termos de criptografia. De acordo com os cientistas, esse número, apelidado de M74207281, é tão grande que ainda não foi encontrado um uso prático para ele.

9. Energia de propulsão poderá levar até Marte em 30 minutos

Pesquisadores da Nasa encontraram um método que poderá, um dia, encurtar a viagem espacial a Marte para de 30 minutos. Atualmente, leva cerca de três meses.

Energia de propulsão, como o método é chamado, implica o disparo de um laser em uma pequena nave espacial para acelerá-la a uma “fração significativa da velocidade da luz”. Isso acontece pois a nave teria a capacidade de conseguir aceleração sem atrito no espaço.

Desenvolvida pelo físico Philip Lubin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, a teoria prevê que a espaçonave atingiria a velocidade de mais de 280 milhões de quilômetros por hora - o que equivale a cerca de um quarto da velocidade da luz.

10. Há 10 vezes mais galáxias no universo do que se pensava

O que já era grande, ficou ainda maior: O telescópio espacial Hubble ajudou em uma descoberta que amplia consideravelmente a noção que a humanidade possui do universo. De acordo a Nasa, as imagens captadas pelo aparelho mostram que o universo observável possui ao menos dois bilhões de galáxias - 10 vezes mais do que se pensava.

Veja um vídeo do mapa do universo criado até então:

Colaborou: Cecília Tümler

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