Governo diz que informou OMS sobre caso suspeito de ebola
Procurada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a entidade afirmou não ter sido notificada até as 12 horas (horário europeu). Ministro informou que aviso foi dado a uma da manhã.
Unidade da Fiocruz é referência para tratamento de ebola
Nas últimas semanas, os infectologistas passaram por treinamentos sobre como tratar as pessoas contaminadas pelo vírus e participaram de palestras com profissionais que estiveram nas áreas epidêmicas.
Exames para confirmar caso de ebola serão feitos em Belém
O sangue do paciente com suspeita de ebola será coletado no instituto no Rio de Janeiro e transferido para o de Belém, que é especializado em vírus exóticos e foi selecionado pelo Ministério da Saúde como laboratório de referência para diagnosticar o ebola.
Não há razão para pânico, diz infectologista
Segundo Andreia Marujo, vizinhos e população de Cascavel não precisam se preocupar. Contágio se dá exclusivamente pelo contato físico com fluídos corporais de portador da doença.
O paciente notificado com suspeita de ebola em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi transferido nesta sexta-feira (10) para o Instituto de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro. O avião chegou à capital fluminense pouco depois das 6h30.
Em Cascavel, o médico Marlon Barros Correia e a enfermeira Fernanda Rafaela Mansour acompanharam o paciente no trajeto até o aeroporto. O homem com suspeita de infecção desembarcou da ambulância caminhando e se dirigiu até a aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) que o levou ao Rio.
INFOGRÁFICO: saiba a origem da epidemia e como o vírus age no corpo humano
Veja fotos da transferência do paciente
O homem é natural da Guiné, tem 47 anos, e de acordo com o documento de pedido de refúgio chama-se Souleymane Bah. O pedido foi feito na Delegacia da Polícia Federal de Dionisio Cerqueira (SC) no dia 23 de setembro. No dia seguinte, ele já estava na cidade do Oeste paranaense e deu entrada no pedido para tirar a sua carteira de trabalho. O Ministério da Saúde enviou dois médicos infectologistas para Cascavel na noite desta quinta-feira (9). Eles serão responsáveis em avaliar as pessoas que tiveram contato com um homem de 47 anos, da Guiné, notificado com suspeita de ebola.
Um número ainda não confirmado de pessoas, incluindo dois policiais militares que faziam a escolta de um preso, foram retidas durante a madrugada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2, onde o paciente suspeito estava internado. Elas começaram a ser liberadas na manhã desta sexta-feira.
A transferência exigiu uma série de medidas que fazem parte de um protocolo internacional quando há casos suspeitos de ebola. A ambulância, preparada para fazer o transporte até o aeroporto, chegou a UPA 2 por volta das 3h40. A equipe estava paramentada com roupas especiais para evitar uma possível contaminação.
O paciente, que também recebeu roupas especiais para a viagem, foi paramentado durante meia hora antes de seguir para o aeroporto. A ambulância seguiu escoltada por um carro da Polícia Militar.
Os três pilotos da aeronave da FAB também precisaram usar as vestimentas especiais para a viagem. O avião decolou por volta das 5 horas.
No Rio de Janeiro
O paciente chegou por volta das 6h30 à Base Aérea do Galeão em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), seguindo os protocolos internacionais para o tratamento da doença.
Ele foi encaminhado e internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, centro de referência do país, que faz parte do complexo de laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os exames para confirmar a suspeita serão feitos em Belém, no Pará.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, concederão uma entrevista coletiva nesta manhã, no Ministério da Saúde, em Brasília, para falar do caso.
Balanço
O número de pessoas que morreram por causa do vírus ebola chega a 4.033 em sete países, de acordo com o balanço divulgado nesta sexta-feira (10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de infectados registrados até o último dia 8 é de 8.399, 366 casos a mais em comparação com o relatório divulgado pela organização há dois dias.
Das equipes médicas e sanitárias infectadas, 233 morreram: 38 na Guiné, 95 na Libéria, cinco na Nigéria e 95 em Serra Leoa. Sobre o surto separado de ebola identificado na República Democrática do Congo (RDC), a OMS informou que já foram registrados 71 casos com 43 mortes, oito de membros das equipes de saúde.
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