O pagamento da dívida de R$ 16,5 milhões que a Coordenação da Região Metropolitana (Comec) deve à Urbs, referente aos últimos três meses de subsídio de 2014, está atrelada a negociação de um novo convênio entre as partes. A informação foi dada pelo novo presidente do órgão estadual, Omar Akel, na manhã desta segunda-feira (26), por telefone. Questionado sobre atrelar o pagamento por um compromisso firmado ao estabelecimento de um novo convênio, Akel disse que não vê quebra de contrato.
"A Comec não levantou em nenhum momento essa intenção de não pagar [a dívida]. A Comec quer ajustar a continuidade do convênio antes de fazer o termo de encerramento do anterior", diz Akel. Para ele, ao fazer um termo de encerramento do convênio que venceu em dezembro de 2014 é que seria possível determinar qual o montante deveria ser pago. "Faríamos todos os acertos, de quanto há de débito, já engatando uma solução para a frente. Se não, a gente cobre o pescoço e descobre o pé", afirma.
Para ele, a aposta é no diálogo e em reunião com a Prefeitura de Curitiba para definir novos parâmetros. A pesquisa de origem e destino, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) para a Comec, é apontada como um instrumento de planejamento para esse novo acordo. "A Urbs questiona alguns aspectos da pesquisa, mas ela precisa ser analisada em toda a sua abrangência. É mais um instrumento de planejamento que de divisão de valores", diz.
Desde o fim do convênio, a Urbs deixou de pagar as empresas que operam as linhas metropolitanas integradas, por entender que essa responsabilidade passa a ser da real contratante, a Comec. Questionado sobre o pagamento a essas empresas Akel informou que está se reunindo com a Urbs para discutir isso, mas não há pagamento efetuado. "Temos de discutir, porque a venda do bilhete transporte continua sendo feita pela Urbs. Temos de definir como vai ser feito com a receita dessa bilhetagem metropolitana. Ela vai nos repassar? Como? Em que condições?", questiona. Para ele, um aditamento rápido, para permitir o repasse para as empresas, pode ser uma solução.
Há poucos dias no comando da Comec, Akel diz que é uma "pena" o sistema ter chegado a esse estágio. "A Rede Integrada de Transporte, que sempre foi vista como a melhor solução das cidades brasileiras para o transporte coletivo, tem apresentado nitidamente sinais de desarranjo. Não se pode tentar simplificar a análise do sistema como mera falta de dinheiro de uma parte dos recursos, que é insignificante para um sistema que transporta mais de dois milhões de passageiros por dia e tem arrecadação de mais de R$ 800 milhões por ano", avalia.