O advogado Nilton Ribeiro, que faz a defesa do casal acusado de provocar a morte do filho de sete dias, no início do mês, em Curitiba, tenta provar a inocência de seus clientes com base em situações semelhantes ocorridas em outros estados do país. Ribeiro vai apresentar ao presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), desembargador Tadeu Marino Loyola Costa, nesta segunda-feira, dois casos onde os acusados foram, como afirmou o advogado, "massacrados" por alguns órgãos de imprensa do pais, e depois absolvidos.
Um dos casos no qual Ribeiro pretende basear-se é o da Escola Base, de São Paulo, ocorrido em 1994. Os proprietários do estabelecimento de ensino, Icushiro Shimada e Aparecida Shimara, além do porteiro da instituição, Maurício Alvarenga, foram acusados de abusar sexualmente das crianças que freqüentavam o local. Pelas informações veiculadas, os acusados acionaram o delegado que concluiu o inquérito, Edélcio Lemos, e o governo do estado, que foram condenados a pagar indenização.
O delegado Ribeiro fez uma comparação com o caso recente em Curitiba e afirmou que "os acusados foram massacrados primeiro e somente depois foram julgados e absolvidos pela Justiça", acreditando que seus clientes possam ser inocentados.
O casal de suspeitos permanece detido na capital. Um habeas-corpus foi impetrado no último dia 20 e está sendo julgado no TJ-PR. O resultado deve sair esta semana.
Na quinta, a delegada do Núcleo da Criança e do Adolescente (Nucria) Paula Brisola concluiu o inquérito sobre o caso, e indiciou os pais da criança por atentado violento ao pudor com agravante de morte. O documento foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que teria cinco dias para oferecer ou não denúncia à Justiça. Caso sejam condenados, os pais podem pegar de 12 a 25 anos de prisão.
EsclarecimentoO TudoParaná e a Gazeta do Povo decidiram não publicar os nomes dos suspeitos em virtude de o abuso ainda estar sendo tratado como um suposto crime e em razão da gravidade das denúncias contra os pais do bebê.
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