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Menina foi atingida por uma cabine do brinquedo “Crazy Dance”, no dia 31 de outubro | Bianca Garmatter / Gazeta do Povo
Menina foi atingida por uma cabine do brinquedo “Crazy Dance”, no dia 31 de outubro| Foto: Bianca Garmatter / Gazeta do Povo

Os pais de uma menina de dois anos de idade, que morreu horas depois de sofrer um acidente em um parque de diversões, em Paranaguá, no Litoral do estado, prestaram depoimento à polícia, na tarde desta terça-feira (2). Funcionários do parque e duas pessoas que testemunharam o acidente também foram ouvidos. Os depoimentos apontam que houve falhas nos procedimentos de segurança do parque.

O acidente ocorreu na noite de domingo (31), quando a menina abriu uma porta que separa as pessoas que estão na fila do espaço reservado a um dos brinquedos. Ao entrar na área isolada, a criança foi atingida por uma das cabines giratórias, do brinquedo chamado Crazy Dance. A vítima sofreu ferimentos múltiplos e chegou a ser encaminhada ao Hospital Regional do Litoral, mas não resistiu às lesões.

De acordo com o delegado Rômulo Ventrella, os pais disseram que a menina só conseguiu entrar na área reservada do brinquedo porque a porta que dá acesso ao espaço restrito estava aberta e não havia nenhum funcionário posicionado no local. Em depoimento, os funcionários negaram que a porta estivesse aberta, no entanto, confirmaram que a estrutura pode ser aberta facilmente.

"Questionamos se esta porta era adequada para impedir o acesso à área do brinquedo, porque além de ser pequeno, o gradil pode ser facilmente manuseado até por uma criança pequena, como, infelizmente, foi o caso", disse o delegado.

O inquérito policial foi instaurado para apurar as responsabilidades sobre a ocorrência. Para Ventrella, inicialmente está descartada qualquer possibilidade de os pais terem cometido atos de negligência que tivessem favorecido o acidente. O delegado disse que ainda é cedo para dizer se o parque será responsabilizado criminalmente, mas se for comprovado que a empresa ou os funcionários falharam, eles podem ser indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

"Os equipamentos do parque são novos. Não é isso que está em questão. O que apuramos é se houve alguma negligência em relação ao acesso das crianças a áreas restritas, com os brinquedos em funcionamento", apontou o delegado.

O diretor do parque apresentou à polícia alvarás de funcionamento expedido pela prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros. Mesmo assim, a Defesa Civil e a prefeitura interditaram o parque até que sejam averiguadas as situações de segurança.

O gerente do parque, André Martins, afirmou que não se trata da interdição do parque. Segundo ele, a direção do parque decidiu reabrir apenas na próxima sexta-feira (5), quando terá início em Paranaguá a Festa de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná. "Temos toda a documentação necessária e retomaremos nossas atividades no fim de semana", afirmou Martins.

Mãe soltou da mão da filha para pegar máquina fotográfica

Em depoimento, a mãe da menina contou que estava de mãos dadas com a filha, mas que soltou da criança para pegar uma máquina digital para fotograr a neta que estava no brinquedo. Neste descuído, a garota abriu uma pequena porta e entrou na parte interna do brinquedo, que consiste em quatro eixos com cabines giratórias. A menina segurava a mão de outra criança que estava no brinquedo, quando o operador pôs o equipamento em funcionamento.

"O funcionário que recolhe os ingressos tinha saído da porta para depositar os papeis em uma urna. Ele não viu a menina entrar e deu o sinal para o operador ligar o brinquedo", disse o delegado.

Martins afirmou que a porta estava fechada e que aguarda o resultado da perícia. "Somente com a perícia saberemos o que ocorreu. Foi uma fatalidade [a morte da criança]", disse o gerente do parque.

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