Os pais de uma menina de dois anos de idade, que morreu horas depois de sofrer um acidente em um parque de diversões, em Paranaguá, no Litoral do estado, prestaram depoimento à polícia, na tarde desta terça-feira (2). Funcionários do parque e duas pessoas que testemunharam o acidente também foram ouvidos. Os depoimentos apontam que houve falhas nos procedimentos de segurança do parque.
O acidente ocorreu na noite de domingo (31), quando a menina abriu uma porta que separa as pessoas que estão na fila do espaço reservado a um dos brinquedos. Ao entrar na área isolada, a criança foi atingida por uma das cabines giratórias, do brinquedo chamado Crazy Dance. A vítima sofreu ferimentos múltiplos e chegou a ser encaminhada ao Hospital Regional do Litoral, mas não resistiu às lesões.
De acordo com o delegado Rômulo Ventrella, os pais disseram que a menina só conseguiu entrar na área reservada do brinquedo porque a porta que dá acesso ao espaço restrito estava aberta e não havia nenhum funcionário posicionado no local. Em depoimento, os funcionários negaram que a porta estivesse aberta, no entanto, confirmaram que a estrutura pode ser aberta facilmente.
"Questionamos se esta porta era adequada para impedir o acesso à área do brinquedo, porque além de ser pequeno, o gradil pode ser facilmente manuseado até por uma criança pequena, como, infelizmente, foi o caso", disse o delegado.
O inquérito policial foi instaurado para apurar as responsabilidades sobre a ocorrência. Para Ventrella, inicialmente está descartada qualquer possibilidade de os pais terem cometido atos de negligência que tivessem favorecido o acidente. O delegado disse que ainda é cedo para dizer se o parque será responsabilizado criminalmente, mas se for comprovado que a empresa ou os funcionários falharam, eles podem ser indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
"Os equipamentos do parque são novos. Não é isso que está em questão. O que apuramos é se houve alguma negligência em relação ao acesso das crianças a áreas restritas, com os brinquedos em funcionamento", apontou o delegado.
O diretor do parque apresentou à polícia alvarás de funcionamento expedido pela prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros. Mesmo assim, a Defesa Civil e a prefeitura interditaram o parque até que sejam averiguadas as situações de segurança.
O gerente do parque, André Martins, afirmou que não se trata da interdição do parque. Segundo ele, a direção do parque decidiu reabrir apenas na próxima sexta-feira (5), quando terá início em Paranaguá a Festa de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná. "Temos toda a documentação necessária e retomaremos nossas atividades no fim de semana", afirmou Martins.
Mãe soltou da mão da filha para pegar máquina fotográfica
Em depoimento, a mãe da menina contou que estava de mãos dadas com a filha, mas que soltou da criança para pegar uma máquina digital para fotograr a neta que estava no brinquedo. Neste descuído, a garota abriu uma pequena porta e entrou na parte interna do brinquedo, que consiste em quatro eixos com cabines giratórias. A menina segurava a mão de outra criança que estava no brinquedo, quando o operador pôs o equipamento em funcionamento.
"O funcionário que recolhe os ingressos tinha saído da porta para depositar os papeis em uma urna. Ele não viu a menina entrar e deu o sinal para o operador ligar o brinquedo", disse o delegado.
Martins afirmou que a porta estava fechada e que aguarda o resultado da perícia. "Somente com a perícia saberemos o que ocorreu. Foi uma fatalidade [a morte da criança]", disse o gerente do parque.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora