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segurança na trânsito

Para analistas, aumento de acidentes é inevitável com expansão de ciclovias

A ciclovia sob o Minhocão, uma das mais polêmicas inauguradas em São Paulo: idoso morreu atropelado por ciclista que circulava sob o elevado. | Fabio Arantes/ Secom/ Prefeitura de São Paulo
A ciclovia sob o Minhocão, uma das mais polêmicas inauguradas em São Paulo: idoso morreu atropelado por ciclista que circulava sob o elevado. (Foto: Fabio Arantes/ Secom/ Prefeitura de São Paulo)

A ampliação crescente das ciclovias em São Paulo resultará naturalmente em mais acidentes, dizem especialistas de trânsito. Na terça-feira (1), a modelo Mariana Livinalli Rodriguez, de 25 anos, foi atropelada por um ônibus ao deixar uma ciclovia e entrar em um cruzamento, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Ela morreu no final da noite quinta-feira (3), no Hospital das Clínicas.

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) assumiu, em janeiro de 2013, com 63 km de ciclovias. De junho do ano passado até esta sexta-feira (4), foram construídos mais 260,2 km.

“Há uma exposição ao risco maior, mesmo que as ciclovias sejam sinalizadas e preparadas”, disse Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP. Para ele, tal qual para um pedestre, as áreas que merecem mais atenção do ciclista são os pontos de travessia, em razão dos cruzamentos. Foi em um local assim que Mariana foi atropelada.

Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), diz que os acidentes e as mortes tendem a crescer, até pela fragilidade das bicicletas nas colisões com carros ou ônibus. “Ciclista não tem para-choque. O para-choque é ele mesmo.” Há responsabilidade da prefeitura, afirma, se as ciclovias não estiverem bem sinalizadas. “A melhor forma de prevenção é não fazer. Se a ciclovia for insegura, melhor não fazer.”

Nesta quinta (3), o prefeito Fernando Haddad diz que construir ciclovias aumentam a segurança dos ciclistas.

Segundo a CET, 47 ciclistas morreram em acidentes de trânsito em 2014, último dado disponível; são 34% a mais do que as 35 mortes do ano anterior. Onze dos acidentes fatais no ano passado se deveram à batida entre bicicletas e ônibus, de acordo com o “Relatório de Acidentes Fatais” anual da companhia.

Além do caso de Mariana Livinalli Rodriguez, houve outras duas mortes envolvendo ciclistas neste ano, um sob o Minhocão e outro em São Mateus (zona leste). No primeiro, um idoso que atravessava fora da faixa morreu após ser atropelado por um ciclista que seguia fora da ciclovia e, no segundo, uma criança foi atropelada por um ônibus.

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