Rio de Janeiro O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não prometeu acabar com a fome, apenas expressou um desejo. Sem dizer se fica na pasta, cobra estrutura para o ministério.
Agência O Globo É possível acabar com a fome?Patrus Ananias Não só possível, como desejável. Desenvolvemos políticas voltadas para produção e acesso aos alimentos, com avanço notável na agricultura familiar, e estamos desenvolvendo equipamentos que facilitem o acesso aos alimentos, como restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, programas de educação e melhoria da alimentação escolar. Pesquisas mostram que estamos tendo êxito nesse processo. Hoje, 94% das crianças vinculadas ao programa Bolsa-Família estão tendo três ou mais refeições por dia. E 85% dos adultos do programa também.
Em 2003, quanto era o porcentual?Não tínhamos dados. Estamos consolidando essa política de avaliação, além de fortalecer mecanismos de fiscalização para a ampliação dos programas. Estamos chegando a níveis que mostram que estamos caminhando para garantir as três refeições diárias.
O Bolsa-Família atende 11 milhões de famílias. Quantas fora do programa não fazem três refeições?Grosso modo, atingimos a meta. Trabalhamos com os dados do Pnad. Esses 11,5 milhões de famílias são as que estão dentro do programa. Há, ainda, os pobres que temos de incluir. Há ainda uma pobreza oculta, que temos de identificar.
O senhor acha que o presidente Lula cumpriu a promessa de que chegaria ao fim do governo com todos fazendo três refeições?Estamos próximos disso. Mas o presidente não fez uma promessa. Foi a expressão de um desejo, que, espero, seja o mesmo do país. Não vou dizer que garantimos (o acesso às três refeições diárias), até porque há essa pobreza oculta. Mas os avanços foram notáveis.
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