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Para muitos, casa foi “universidade da vida”

O atual secretário de Estado do Meio Ambiente, Rasca Rodri­­gues, 51 anos, resume sua experiência na Celu como uma "universidade da vida". De 1981 a 1985, ocupou funções de tesoureiro, vice-presidente e integrante do conselho, onde, para manter o funcionamento, era preciso convergir até chegar a um ponto de equilíbrio. "Ceder e avançar eram aprendizados diários", diz.

Rasca conta que, se não fosse pela casa, não teria condições de estudar, porque os pais não tinham condições de sustentá-lo. Na época, cursava Enge­­nharia Agronômica na UFPR, e Curitiba era sua primeira experiência longe de casa. Na sua avaliação, a casa do estudante – seja ela qual for – quebra o princípio de individualidade porque ninguém é dono de seus deveres, e cresce culturamente. A imposição de apelidos era (e continua sendo) comum, e por causa do sobrenome o secretário era conhecido como "rascunho".

A disputa de quartos também era algo que já existia, seja pela afinidade, seja pela qualidade de moradia. "Mas, sempre com bom humor e discussão saudáveis, quebrávamos os paradigmas que trazíamos de casa", recorda. Por isso há um sentimento de irmandade ao reencontrar antigos colegas: todos têm certeza de que só um ex-morador da casa sabe como é a experiência de ter vivido na Celu.

Também é assim para o deputado Augustinho Zucchi – o sentimento de apreço virou lágrimas no último encontro. A Celu, diz ele, foi fundamental na sua formação cidadã e, principalmente, na definição política. Morador também de 1981 a 1985, ele viveu o processo de redemocratização do país e do estado, com a participação de comícios pelas "Diretas Já". O cenário era aberto a participação cultural. Zucchi se lembra da presença de artistas como Os­­valdo Montenegro e Paulo Autran em encontros artísticos promovidos pela Celu.

"As casas de estudantes eram um laboratório, vivíamos com o contraditório e aprendíamos com as diferenças", recorda. Perguntado se indicaria a mesma experiência para o filho, ele tem a resposta na ponta da língua. "Com certeza. Ele iria aprender muito o que significa um abraço, um aperto de mão, a divisão das amarguras e a convivência com as diferenças em um mundo tão digital", afirma. (AP)

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