O ouvidor de Polícia de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, disse neste domingo (16) estar convencido de que os autores da chacina que deixou 18 mortos em Barueri e Osasco, na Grande São Paulo, são policiais.
Retaliação policial é principal linha de investigação de chacina na Grande SP
Ataques em Osasco e Barueri resultaram na morte de 18 pessoas, outras 6 ficaram feridas. Armas de uso da polícia foram utilizadas
Leia a matéria completaPolícia Militar reforça segurança em Osasco após mortes em série
Única ocorrência registrada na primeira noite depois dos ataques foi a prisão de um suspeito com carro roubado
Leia a matéria completa“As imagens em poder da Secretaria de Segurança mostram que os participantes da chacina seguiram procedimentos adotados pela PM”, disse o ouvidor, mencionando gestos identificados em vídeos de segurança, como a forma de dominação das vítimas, o modo de carregar as armas e a movimentação com garantia de retaguarda.
“São coisas que a bandidagem não faz. Está muito claro que são policiais. Só não vê quem não quer. Só a polícia não vê”, completou ele.
Para Neves, a chacina desta semana em São Paulo tem características semelhantes às de outras ocorridas no estado nos últimos anos, que contaram com a participação de policiais e tiveram como motivação crimes anteriores cometidos contra agentes de segurança. As 18 pessoas foram assassinadas depois da morte de um policial militar e de um guarda civil metropolitano, na mesma região dos crimes, dias antes.
“A ação desses justiceiros, reunidos em grupos de extermínio, não pode ser tolerada. Os agentes dessa ação precisam ser extirpados da corporação. É um problema que se dissemina pelo país, a sensação de impunidade faz com o problema não se acabe”, disse o ouvidor.
A Corregedoria da PM identificou policiais que divulgaram mensagens no dia seguinte à chacina, orientando a população a ficar em casa, numa espécie de toque de recolher. A polícia os chamará para explicar o motivo das mensagens e investigar uma possível relação deles com os autores do crime.
No sábado (15), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) divulgou o resultado de laudos parciais do Instituto de Criminalística (IC), que indicam que os autores da chacina utilizaram armas de calibres 380, 38, 45 e 9 mm. O uso desse tipo de arma é restrito a integrantes das forças de segurança.
As armas de calibres 38 e 380 são usadas pela Guarda Civil Metropolitana. A 9 mm é usada exclusivamente pela Polícia Federal e pelas Forças Armadas. Já a 45 pode ser comprada e portada por policiais militares, policiais civis e bombeiros para uso pessoal, apesar de não ser permitida a sua utilização em serviço.
A Secretaria de Segurança Pública também decidiu, no sábado, incluir a Corregedoria da Polícia Militar, órgão responsável por apurar irregularidades cometidas por integrantes da corporação, na força-tarefa que investiga as mortes.
No dia seguinte à chacina, o secretário de segurança pública Alexandre de Moraes havia minimizado a possibilidade de os autores da chacina serem policiais, dizendo que a polícia trabalhava com diferentes hipóteses.
Os ataques em série também deixaram seis pessoas feridas. Osasco foi o município com maior número de mortes, 15. Outras três pessoas morreram em Barueri. Os assassinatos foram registrados em um raio de sete quilômetros e num período de cerca de duas horas. Em Osasco, o grupo de executores usou uma moto preta, com duas pessoas, e um Peugeot prata, com quatro. Já em Barueri, os assassinos estavam em um Sandero prata.
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