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Violência

Para polícia de Goiânia, assassinato de inglesa está solucionado

A Policia Civil de Goiás entende ter encontrado provas consistentes indicando que a inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, foi morta por volta das 5 horas da manhã de domingo passado (27) no apartamento de Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, 20 anos, no Setor Leste Universitário de Goiânia.

"O caso está solucionado", disse o delegado Carlos Raimundo Lucas Batista, um dos três delegados responsáveis pelas investigações. "Temos a vítima, o autor, as provas, testemunhas e a confissão do autor", resumiu um policial da Delegacia de Homicídios. Se condenado, Santos poderá pegar 36 anos de prisão. Pelo homicídio, por ocultação de cadáver e por retaliação do cadáver de Cara Marie, morta e esquartejada com uma faca com lâmina de 22 centímetros.

Nesta sexta-feira (1), no local onde Cara vivia com Santos, a policia colheu novos indícios do crime como resíduo de sangue na sala, na cozinha e no banheiro do apartamento de dois quartos, alugado há cinco meses.

Além do rastro de sangue, foram apreendidas duas fronhas estampadas, com as mesmas cores e formas dos desenhos do lençol onde o tronco da vítima foi enrolado e depois colocado em uma mala de viagem. No colchão do quarto e no rodapé das paredes também foram colhidos sinais de sangue.

Segundo o Instituto de Médico-Legal (IML), Cara Marie foi morta com uma facada fatal sobre o ventrículo esquerdo, onde está a pressão do coração. Segundo a polícia, Santos arrastou o corpo até o boxe do banheiro e o seccionou em cinco pedaços.

O Corpo de Bombeiros e a polícia não localizaram ainda as demais partes do corpo de Cara Marie. Hoje (1), diligências na região da Estrada de Ferro levaram Santos para indicar o local onde teria lançado os sacos plásticos com as pernas, a cabeça e os braços da garota inglesa.

DNA

Um exame de DNA poderá ser o desfecho para o caso. Por meio da Embaixada da Grã-Bretanha em Brasília, a Interpol enviou de Londres cópia de um perfil genético de Cara Marie, da época em que foi detida pela Scotland Yard em ato infracional. Mas o diretor do IML, Ademar Cândido de Souza, revelou que somente o original, e não uma cópia, permitirá comparar a amostra com o material que colheu durante a autópsia.

"FIZ TUDO SOZINHO"

Santos falou com a reportagem: "Fiz uma loucura", disse, sentado na cela isolada em que está preso na Delegacia de Homicídios de Goiânia.

"Não me lembro mais dos detalhes", comentou, referindo-se aos momentos que antecederam o crime. Mas, disse que não pára de pensar sobre o caso. "Eu estava sob efeito de crack e cocaína, experimentei naqueles dias", afirmou. Ele confirmou que após o crime foi a uma festa regada a drogas. A policia apurou que, depois da festa, Santos voltou ao apartamento, colocou a cabeça da jovem sobre o peito dela e tirou uma foto com o celular. "Cara, eu estava sob efeito de muita droga", insistiu ao ser questionado sobre a foto da cabeça decepada.

"Eu não tinha nada com ela, ficamos juntos uns tempos, só isso", afirmou. "É o seguinte, experimentei crack e depois misturei com a cocaína. Não me lembro de mais nada", esquivou-se

Mesmo assim, após ter voltado para casa, procurou seus amigos: "Falei com eles sobre a tragédia", disse. Perguntado sobre os nomes de seus amigos, e quem o teria ajudado a se desfazer do corpo, ele respondeu: "Ninguém me ajudou em nada. Fiz tudo sozinho".

A Policia já tem o nome e a placa do veículo usado para transportar o corpo jovem, segundo informou o delegado Batista.

Santos disse que conheceu a garota por acaso, nas ruas: "Ela andava pelas ruas, não tinha morada fixa, andava pelos bairros de Londres". Perguntado se os dois viajaram juntos para o Brasil em abril, respondeu:

"Foi, viajamos juntos, mas eu não tinha nada com ela, sabe." Sobre o fato de a mãe de Cara Marie ter concordado com a viagem, Santos disse que não sabia. "Sei lá, sei lá. E completou: "Olha, se quiser fazer foto minha, terá de pagar R$ 50; entrevista é R$ 305. Agora não vou falar de mais nada".

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