Paralisação afeta hospitais no interior do PR
Os reflexos da paralisação nacional também causam reflexos nos atendimentos no interior do estado. Em Londrina, cerca de 300 atendimentos foram suspensos para a próxima semana no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e o atendimento também é afetado no Hospital da Zona Norte. Em Maringá, a estimativa do Hospital Universitário de Maringá (HUM) é de que 90% dos médicos tenham cruzado os braços. No curso de medicina da Universidade Estadual de Maringá, 100% dos estudantes e residentes aderiram à paralisação.
Em Cascavel, no Oeste, a manifestação de médicos ocorreu no final da tarde desta terça-feira (30) no centro da cidade. Cerca de 150 pessoas participaram do ato, a maioria estudantes de Medicina da Unioeste e da FAG (Faculdade Assis Gurgacz). Boa parte dos manifestantes usava tarjas pretas no braço simbolizando luto. A concentração aconteceu das 17 as 19 horas.
15 cidades têm protestos
Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), além de Curitiba, também foram registrados protestos e manifestações de médicos nas seguintes em 14 cidades paranaenses:ApucaranaCampo MourãoCascavelFrancisco BeltrãoFoz do IguaçuGuarapuavaLondrinaMaringáPato BrancoPonta GrossaRio NegroToledoUmuaramaUnião da Vitória
A paralisação nacional dos médicos afetou os atendimentos eletivos, considerados não urgentes, nesta terça-feira (30) em Curitiba e outras 14 cidades do Paraná. Na capital, os hospitais Cajuru, Evangélico, Trabalhador e o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) confirmaram que consultas e cirurgias foram remarcadas. Postos e unidades de saúde da capital também registram transtornos. Apenas os atendimentos considerados essenciais, como urgências e emergências, foram atendidos nas instituições públicas de saúde. A estimativa do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) é de que 60% dos profissionais que trabalham na capital aderiram às manifestações do dia.
Nas 109 unidades de saúde de Curitiba, os atendimentos de urgência e emergência foram realizados normalmente durante todo o dia, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Parte das consultas de menor prioridade, no entanto, precisou ser adiada. A secretaria disse ainda que 125 médicos da rede municipal aderiram à paralisação, o que representa 13,48% do efetivo médico ligado à prefeitura.
Veja fotos do protesto dos médicos
A recomendação do órgão municipal e que também valia para as outras instituições de saúde era para que o paciente ligasse para confirmar a consulta antes de se deslocar ao posto. Mesmo assim, alguns transtornos não puderam ser evitados. Alguns médicos, conforme a SMS, não avisaram da adesão à greve, o que dificultou o trabalho antecipado de remanejamento de consultas.
O Hospital Cajuru relatou que até as 17h30 desta terça (30), 362 consultas eletivas ambulatoriais foram transferidas. A previsão inicial era de que 500 consultas seriam afetadas. Além disso, a entidade precisou transferir cinco das vinte cirurgias eletivas agendadas para o dia.
No Hospital de Clínicas, da UFPR, apenas cinco ambulatórios funcionaram e de modo parcial. No total, a instituição tem 27 divisões. As que funcionaram são responsáveis por atendimentos e pacientes em estado mais sensível, informou o hospital. Das 1.285 consultas agendadas para a terça, apenas 273 (21,2%) foram realizadas. As demais foram remarcadas, conforme disponibilidade, para a partir da próxima quinta-feira (1º). A previsão da entidade é que a situação continue assim nesta quarta (31), quando deve ocorrer novamente a paralisação dos médicos.
A assessoria de imprensa do Hospital Evangélico informou que os protestos da categoria reduziram em 90% os atendimentos eletivos nesta terça-feira. Em média, a entidade atende mil pessoas por dia, ou seja, cerca de 900 consultas precisaram de reagendamento. Os 100 atendimentos previstos para esta terça são dos setores de pediatria e alguns curativos e bandagens urgentes. Os setores de urgência e emergência do hospital não são afetados pela paralisação.
Rede estadual
O Hospital do Trabalhador, conforme informou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) - que administra a instituição -, teve 30% das consultas não emergenciais transferidas. Apesar disso, os serviços essenciais de atendimento de pacientes de urgência e emergência não foram afetados.
A Sesa informou ainda que os hospitais regionais do Litoral, em Paranaguá; do Sudoeste, em Francisco Beltrão; e os dois de Londrina tiveram funcionamento normal. Nesses locais, alguns médicos entregaram panfletos aos pacientes durante a consulta.
Atendimento normal
O Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, que também atende urgências e emergências, relatou, via assessoria, que não foram registrados transtornos por conta da paralisação. O atendimento permaneceu normal na instituição durante todo o dia de atendimentos cancelados nesta terça (30) até as 9h30. A entidade não descarta que alguns médicos tenham aderido à greve, mas o fato não interfere nos atendimentos.
Reivindicações
Esta é a segunda paralisação nacional de médicos realizada no intervalo de uma semana. No último dia 23, um primeiro protesto também restringiu atendimentos médicos, principalmente na capital. Nesta terça, mais de mil médicos realizaram um ato público durante o dia em várias praças de Curitiba. A primeira delas foi a Praça Rui Barbosa, onde a aglomeração começou a ocorrer por volta das 9h30. Em seguida, à tarde, os profissionais se dividiram em outros pontos da cidade.
Durante a tarde, alguns médicos permaneceram pelo centro da cidade, enquanto outros percorreram terminais e distribuíram panfletos em ônibus, informou o Conselho Regional de Medicina do Paraná.
A intenção era coletar assinaturas para o abaixo-assinado que será apresentado na semana que vem, ao Congresso Nacional, contra a aprovação da MP 621, que cria o programa Mais Médicos, e a suspensão dos vetos impostos pela presidente Dilma Rousseff à lei do Ato Médico, além de explicar à população as possíveis distorções destas medidas tomadas pelo governo federal. O manifesto é organizado em conjunto pela Associação Médica do Paraná (AMP), o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e o Conselho Regional de Medicina (CRM).
Os protestos se dirigem, principalmente, contra três posicionamentos recentes do governo federal: os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Médico; à medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de medicina; e à não exigência de que médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma, o Revalida.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Alexandre Gustavo Bley, avaliou o segundo dia de paralisação dos médicos como "fantástico". Segundo ele, muitas assinaturas foram colhidas e a população se mostrou favorável às causas da categoria.
"As pessoas vinham, questionavam, tiravam dúvidas, o que foi muito bacana para nós. Os atendimentos de urgência e emergência foram garantidos e não houve prejuízo para a população. Pelo contrário, acho que essa ação irmos para as ruas é uma forma de mostrar que estamos lutando pela população", declarou.
Para esta quarta-feira, novas manifestações estão marcadas. Atendimentos se normalizam na quinta-feira.
Protesto dos médicos em Curitiba
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