Na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, e no Posto da PRF em Santa Terezinha de Itaipu, os policiais realizaram operação padrão e vistoriam quase 100% dos veículos| Foto: Christian Rizzi / Agência de Noticias Gazeta do Povo

A cidade de Foz do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil com o Paraguai, está vivendo uma semana atípica por conta das greves e mobilizações realizadas por servidores da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e as Forças Armadas, com a Operação Ágata 5.

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Na Ponte da Amizade, onde circulam 15 mil veículos e 35 mil pessoas por dia – sentido ida e volta entre Brasil e Paraguai -, o caos se instalou. Com as operações-padrão da PF e da PRF quase 100% das motos, vans, ônibus e táxis foram fiscalizadas pelos agentes, causando congestionamento de aproximadamente cinco quilômetros e lentidão para cruzar a fronteira, tanto para quem sai do país, quanto para os que retornam do Paraguai.

O mototaxista paraguaio, Carlos Alfonso, demorou três horas para atravessar a ponte. "Mesmo de moto, eu demorei todo esse tempo. Está complicado trabalhar, pois fiz apenas três corridas hoje, enquanto nos dias normais são mais de dez viagens", conta.

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Situação pior viveu o taxista, também do Paraguai, Manoel Lopez, que durante todo o dia realizou apenas uma corrida de passageiros. "De cinco viagens por dia, para apenas uma. Estou aqui parado na cabeceira da aduana já tem três horas esperando a fila diminuir para poder voltar pra casa. Não tem como passar, só à noite mesmo", explicou. Segundo ele, o prejuízo financeiro é de aproximadamente R$ 80 num único dia. Na área do turismo, o operador Marcos Ciavaglia, da Loumar Turismo, diz que as mobilizações causam reflexos imediatos ao setor. "Nós já tivemos uma queda brusca nas vendas de pacotes neste período de baixa temporada para Foz e turistas que viriam à cidade neste final de semana estão preocupados e alguns já cancelaram a viagem."

Segundo ele, as forças de segurança deveriam pensar num plano B para a comunidade, para não prejudicar os setores de serviços como o turismo e o transporte. "Sabemos que as mobilizações são legítimas, mas quem faz essas operações não está preocupada com a comunidade", completou.

Agricultura

Os transtornos também continuam com a greve dos fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No porto-seco, administrado pela Elog, mais de mil caminhões aguardam por liberação – na manhã desta quinta-feira, os caminhoneiros fecharam parte da BR-277 protestando contra a demora.

O motorista Amilcar Mauro está há 14 dias parado no porto-seco aguardando por liberação de uma carga de arroz que tem como destino a própria cidade de Foz do Iguaçu. "Nós recebemos por porcentagem das mercadorias e se demorar mais uns três dias não vou ter nenhum lucro com o frete. Como a minha carga não é de alimentos perecíveis, estou sendo passado para trás", lamentou.

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