O 3.º Diagnóstico das Defen­sorias Públicas, lançado em novembro do ano passado, mostrou os avanços do acesso à justiça no Brasil entre 2006 e 2008. O Pa­­raná, ao lado de Santa Cata­rina, Amapá e Goiás, foi uma das exceções por não ter o órgão regulamentado. No período, houve crescimento de 84% para 92% no índice de instituições com autonomia financeira, liberdade que veio acompanhada pelo aumento dos orçamentos: de R$ 360 milhões, em 2006, para R$ 1,41 bilhões, em 2008. Como consequência, também houve crescimento nos atendimentos, que saltou de 6,5 milhões para 9,6 milhões.

CARREGANDO :)

Coordenador da pesquisa, Rogério Favreto, secretário de Reforma do Judiciário, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, afirmou que a "falta de vontade política impedia o Paraná de ter Defensoria Pú­­blica regulamentada e estruturada como em 23 estados do Brasil".

De tempos em tempos, a sociedade paranaense tenta criar clima positivo para a regulamentação da Defensoria no estado. No ano passado, por exemplo, o deputado Tadeu Veneri (PT) organizou um evento para discutir a instituição da Defensoria, e o procurador-geral de Justiça do estado, Olympio de Sá Sotto Maior, argumentou que a forma de atuação do órgão no Paraná se transformava em exemplo de lei que não pegou no estado, mostrando o desrespeito dos estados à Constituição. Na prática, nada mudou.

Publicidade

Em entrevista à Gazeta do Povo, o próprio secretário de Estado da Justiça e da Cidadania, Jair Ramos Braga, diz não ver um movimento favorável à regulamentação da Defensoria no estado. "Já estamos no final do mandato do governador, nenhuma novidade deve surgir neste período", afirma. O presidente da seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), José Lucio Glomb, defende tese semelhante à de Braga. "Não acredito que Defensoria seja regulamentada e passe a existir em todo o estado da noite para o dia. Nem sequer existe projeto para isso", diz.